terça-feira, janeiro 29, 2013

Major dos Bombeiros é orientado a não falar com imprensa sobre boate


major bombeiros gerson pereira incêndio santa maria boate (Foto: Roberta Lemes/G1)Major concedeu 'última' coletiva após receber
telefonema de governador do estado
(Foto: Roberta Lemes/G1)
O chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, major Gerson Pereira, interrompeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (29) sobre o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), ao receber um telefonema.
"Recebi uma ligação do governo do Estado e fui orientado a não falar com a imprensa. As informações vão ser centralizadas. Esta será a última vez que conversamos", afirmou.
O G1 entrou em contato com o governo do RS. A assessoria de imprensa do governo informou que o telefonema não partiu do Palácio Piratini.
O major chegou a comentar sobre a responsabilidade dos Bombeiros na morte de 234 pessoas na madrugada de domingo, após o incêndio da boate. Segundo ele, a casa noturna tinha todas as exigências estabelecidas pela lei vigente no Brasil. “Quem falhou, que assuma a sua responsabilidade. Nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e não vou entrar em jogo de empurra-empurra”, afirmou.

O major afirma que, pela lei que regulamenta as exigências de prevenção de incêndios, um espaço como o da boate Kiss, com 645 m² e capacidade para 691 pessoas, pode ter até 2 portas com barras antipânico, iluminação de emergência e extintores.
“Eles tinham tudo. O extintor pode ter falhado, por isso sempre pedimos atenção à data de validade. Gostaria de ter efetivo para que a fiscalização fosse realizada semanalmente, mas é inviável. Se os proprietários efetuaram mudanças no local após a última vistoria, não temos como controlar”, disse.
Questionado sobre o revestimento do palco, o major afirmou: “Não é da responsabilidade do Corpo de Bombeiros e também gostaria de saber de quem é. Tenho minha consciência tranquila que nós fizemos tudo que era da nossa alçada”.
“O que é preciso agora é mudar a legislação para termos regras mais rígidas. Eu quero chegar nos lugares e poder apontar tudo o que está errado. Os Bombeiros gostariam dessa responsabilidade, porque salvaríamos vidas, mas não posso. Se faço isso, estou passando por cima da autoridade de alguém”, complementou.

O major Gafirmou também que entregou todos os papéis sobre a casa à polícia e que não pode dizer se o alvará estava de fato vencido. “Ao perceber irregularidades em locais que frequenta, peço que a sociedade nos avise. Há milhares de casas noturnas pelo mundo, mas essa tragédia infelizmente aconteceu em Santa Maria”, encerrou.

Reprodução Cidade News Itaú

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