O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, negou nesta terça-feira (11) que o partido tenha rachado após a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária.
A briga interna ficou evidente após o vazamento da troca de ofensas em um grupo de WhatsApp do partido entre deputados bolsonaristas e correligionários que votaram a favor da matéria - defendida pelo governo Lula.
"[O PL] não rachou", disse Costa Neto em entrevista exclusiva ao Estúdio i, da GloboNews.
O presidente do PL afirmou ainda que o "problema" é que o partido tem deputados de direita que "exageram", pois, segundo ele, basta haver uma proposta defendida pela esquerda para eles se manifestarem contra.
"Nós temos dificuldades, esse pessoal da direita às vezes exagera um pouco, mas é o caminho que eles sempre tiveram na vida. Sempre tocaram a vida desse jeito", disse.
De acordo com o presidente do PL, toda matéria que for de interesse do país, a legenda irá sempre debater o tema - apenas em relação às pautas conservadoras o partido já tem sua posição fechada.
"O nosso pessoal da direita sempre apoiou o Bolsonaro, mas temos essa dificuldade. Nós mandamos um documento para todos os deputados nossos falando que, quando for matéria que se trata do conservadorismo, da defesa da liberdade, da família, contra as drogas, nós vamos ter os 99 deputados juntos, mas, quando for matéria que trata de arcabouço fiscal e reformas, vamos debater", disse.
Maior partido da Câmara dos Deputados, o PL votou majoritariamente contra a reforma tributária pelos placares de 20 a 75 no primeiro turno e 18 a 74 no segundo.
A aprovação da PEC com mais votos do que o necessário, então, representou uma derrota para a legenda e um sinal da fragilidade da liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se empenhou pessoalmente contra a proposta.
Depois do bate-boca no WhatsApp vir à tona, o líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes, disse que não queria que a legenda virasse um novo PSL - partido de Bolsonaro em 2018, que acabou rachando e desencadeou no desembarque dele próprio.
Tarcísio x Bolsonaro
Sobre o atrito entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Costa Neto disse que "cometeu um erro" ao convidar Freitas para a reunião do PL em que era discutida a reforma tributária.
No encontro, o governador de SP tentava argumentar a favor da reforma, enquanto Bolsonaro pressionava os parlamentares a se manifestarem pelo adiamento da votação ou votarem contra a proposta.
"Eu quis prestigiar a nossa bancada, trazendo o governador do estado, mas ficou parecendo para o nosso pessoal de direita mais firme que o Tarcísio foi lá para convencer o pessoal a votar 'sim'. Mas ele foi lá para explicar o que precisava explicar da reforma", disse o presidente do PL.
Sobre a reação de Bolsonaro durante a fala de Tarcísio, Costa Neto afirmou que o ex-presidente "não fez por mal". "O Bolsonaro tem o estilo dele, que é diferente do de todo mundo".
Fonte: Blog da Andréia Sadi
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