terça-feira, maio 16, 2023

Bolsonaro queria que contas fossem pagas 'na boca do caixa', relatou Cid antes de ser preso

O uso de cartões de crédito para fazer compras e de caixas eletrônicos para pagar contas era uma orientação do presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo relatos de um de seus mais próximos assessores na Presidência da República – o ajudante de ordens Mauro Cid, tenente-coronel do Exército.


Bolsonaro e seu então ajudante de ordens Mauro Cid em 2019 — Foto: Adriano Machado/Reuters


O uso de cartões de crédito para fazer compras e de caixas eletrônicos para pagar contas era uma orientação do presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo relatos de um de seus mais próximos assessores na Presidência da República – o ajudante de ordens Mauro Cid, tenente-coronel do Exército.


Numa conversa em março – cerca de dois meses antes de ser preso –, entretanto, Mauro Cid revelou nos bastidores a interlocutores que Bolsonaro era contra o uso de cartão de crédito, e que queria que todas as contas fossem pagas na boca do caixa "para não ter problema".


Esse costume, na versão de Cid, teria levado o ex-presidente a chegar ao fim do mandato sem dinheiro no banco para "comprar uma casa" – em 2022, Bolsonaro declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter cerca de R$ 900 mil em contas correntes e poupanças.



O ex-assessor relata que tinha conhecimento sobre a rotina nas contas do ex-presidente, tirando extratos semanais para, alegava, checar se não havia ocorrido algum depósito não solicitado que pudesse causar problemas para Bolsonaro.


Advogado especialista em delação

Na conversa, Cid deixou claro ainda como era profundo conhecedor da rotina do Planalto – disse que acompanhou Bolsonaro nos 4 anos da presidência e que, nas palavras dele, viveu 99% do que aconteceu no Planalto durante a gestão anterior. E que era ele quem administrava os cartões de débito e crédito do ex-presidente.


Essa proximidade causou preocupação no entorno de Bolsonaro com uma eventual delação do ex-ajudante de ordens.


Na semana passada, Cid trocou um advogado próximo da família Bolsonaro, Rodrigo Roca, por outro especialista em delações – Bernardo Fenelon.


Ao blog, o escritório de Fenelon informou que o advogado somente se manifesta nos autos por respeito ao STF.


Fonte: Blog da Andréia Sadi

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