quarta-feira, dezembro 14, 2022

Haddad defende destravar PPPs e nova âncora fiscal para substituir teto de gastos; veja principais trechos

O futuro ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira (14) que "todo mundo sabia que o teto de gastos não é sustentável". Ele defendeu uma nova âncora fiscal no começo do ano, a ser feita por lei complementar, e quer ainda "destravar" as Parcerias Público-Privadas (PPPs) como meio de fazer mais investimentos.


Haddad dá entrevista à GloboNews — Foto: Reprodução


Na terça (13), Haddad anunciou durante entrevista coletiva os nomes de dois integrantes de sua futura equipe: o economista e ex-banqueiro Gabriel Galípolo, que será o secretário-executivo (número 2 da pasta) e o economista Bernard Appy, que será secretário especial para reforma tributária.



Ele deu entrevista ao Estúdio i, na GloboNews.


O que ele disse:


Governo Bolsonaro pediu para excluir beneficiários do Bolsa-Família: o futuro ministro afirmou que o governo Bolsonaro informou a necessidade de excluir mais de 2 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil.

Taxa de juros: "Se a gente trouxer a taxa de juros para um dígito, e isso depende da Fazenda e do Banco Central, não tenho dúvida de que vamos zarpar", disse. A taxa está em 13,75% atualmente, a mesma desde o início de agosto.

Parcerias Público-Privadas: anunciado como secretário-executivo do futuro ministério, Gabriel Galípolo vai ajudar Haddad a "destravar" as PPPs, assunto que, disse o ministro, "está na ordem do dia" das prioridades do novo governo.

Conselho de notáveis: Haddad afirmou ainda que gostaria de manter interlocução com economistas como Pérsio Arida, André Lara Resende e Armínio Fraga, em um conselho de notáveis ligado ao ministério.

"Desmantelamento" da CGU: o futuro ministro disse ainda que a Controladoria-Geral da União "passou por um desmantelamento" durante o governo Bolsonaro, e afirmou defender o fortalecimento do órgão para combater corrupção.

'Trem da alegria eleitoral': Haddad declarou que o governo Bolsonaro pediu R$ 20 bilhões para conseguir fechar as contas do ano --valor que está na PEC do orçamento--, e o impacto se deve a medidas eleitoreiras tomadas pelo atual governo, que ele chamou de "trem da alegria eleitoral", como o aumento do Auxílio-Brasil e a inclusão de novos beneficiários no INSS.

Erros na condução da economia pelo governo Dilma: segundo o ministro, o governo de Dilma Rousseff, no início da década passada, "achou que a crise da economia não era estrutural", o que impactou no desempenho. Deu outro exemplo: "Nós cometemos erros de condução de política naquele, no começo da década passada, quando nós passamos a fazer uma política de preços de combustível que prejudicou o etanol".

Mudança na lei das estatais para permitir Mercadante no BNDES ou Jean Paul Prates na Petrobras: "Se você tiver controlador, governança corporativa decente... se você escolher um cara da carreira ou um cara de fora vai fazer pouca diferença". A mudança na lei das estatais foi aprovada na Câmara na noite de terça. A legislação, de 2016, impede que o governo indique para diretoria ou conselho de administração de estatais e agências reguladoras quem tenha atuado nos 3 anos anteriores como integrante de instância decisória de partido político ou tenha feito trabalho vinculado a alguma campanha eleitoral. Aloizio Mercadante foi indicado por Lula para presidir o BNDES. O senador Jean Paul Prates (PT-RN) é cotado para a presidência da Petrobras.

Recondução de Campos Neto no BC: Perguntado, desconversou se defenderá a recondução de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central. Haddad se limitou a dizer que teve um almoço cordial com Campos Neto. O executivo tem mandato no BC até 2024.


Fonte: Blog da Andréia Sadi

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!