quinta-feira, dezembro 08, 2022

Bolsonaro exonera médico que assinou nota antivacina do Ministério da Saúde; motivo não foi informado

O presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta quinta-feira (8) o ex-secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, que assinou uma nota da pasta que dizia que as vacinas contra a Covid-19 não tinham eficácia comprovada contra a doença.


O ex-secretário do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


A nota técnica foi assinada por Neto e publicada em 21 de janeiro de 2022, quando ainda era secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos. Além de questionar a eficácia das vacinas contra a Covid-19, o texto também dizia que a hidroxicloroquina havia demonstrado segurança como uma tecnologia de saúde para combater a doença.


Menos de um mês após assinar a nota, Neto deixou o cargo para chefiar outra secretaria, dessa vez a de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde — da qual foi exonerado nesta quinta.


A reportagem perguntou ao Ministério da Saúde, por e-mail, qual foi o motivo da exoneração, mas não teve resposta até a publicação deste texto.


Tabela encontrada em nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde no começo de janeiro. — Foto: Reprodução


A hidroxicloroquina não é eficaz contra a doença. A Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda oficialmente o uso do medicamento para o tratamento ou prevenção do coronavírus.


Além disso, as vacinas contra a Covid-19 são internacionalmente reconhecidas como método mais seguro de prevenção contra a doença.


Depois da repercussão negativa, o Ministério da Saúde publicou uma nova nota técnica no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), sem a tabela que dizia que hidroxicloroquina era segura. A pasta manteve os questionamentos às vacinas e o texto que defendia o medicamento ineficaz.


Meses antes da publicação da nota do ministério, em maio e dezembro de 2021, a Conitec havia aprovado diretrizes que contraindicavam o uso de remédios como a cloroquina, a azitromicina e a ivermectina para prevenir ou tratar a Covid-19. Ambas foram rejeitadas pela secretaria.


Fonte: g1

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