quarta-feira, dezembro 07, 2022

Após bloqueio no orçamento da UFRN, Museu Câmara Cascudo suspende visitação do público

O Museu Câmara Cascudo, em Natal, suspendeu nesta quarta-feira (7) a visitação do público ao Pavilhão Expositivo e ao Parque do Museu por tempo indeterminado.


Museu Câmara Cascudo, em Natal — Foto: Canindé Soares


O motivo da suspensão foi o bloqueio orçamentário de R$ 5,5 milhões sofrido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na semana passada por parte do governo federal. O Museu Câmara Cascudo é vinculado à UFRN.


O bloqueio no orçamento fez a UFRN anunciar a suspensão do pagamento de auxílios financeiros a estudantes da instituição, diárias, passagens, taxas de inscrição em eventos e reembolsos.


De acordo com a direção do Museu Câmara Cascudo, esse bloqueio impactou na manutenção das atividades de atendimento aos visitantes.



Isso porque cerca de 25 bolsas para estudantes de graduação foram suspensas, além do fornecimento de suprimentos básicos como água mineral, papel higiênico e materiais de limpeza.


Os bolsistas do museu são responsáveis pelo atendimento de visitantes, pela mediação nas exposições e áreas de visitação, como o orquidário, o jardim sensorial e a horta urbana no Parque do Museu.


Eles atuam ainda no apoio administrativo, atendimento na biblioteca, comunicação e design, além da conservação das coleções de arqueologia, etnologia, paleontologia e estudos ambientais.


Segundo o museu, o bloqueio afetou os recursos de assistência aos estudantes, que já estavam comprometidos para o pagamento de bolsas e auxílios do mês de novembro. Agora, também foram zeradas as programações de despesas para o mês de dezembro, o que deve impedir o pagamento aos estudantes e fornecedores por mais um mês.



Retomada e funcionamento

Neste momento, o museu informou que busca alternativas para retomar as visitas o mais breve possível, "com a garantia de condições mínimas de atendimento ao público e de segurança para o acervo da instituição".


As atividades administrativas, de conservação de coleções e de pesquisa serão mantidas com capacidade reduzida. A Biblioteca Setorial Veríssimo de Melo segue aberta ao público, das 7h30 às 13h30, até o dia 16 de dezembro, quando entra em recesso acadêmico, retomando as atividades no dia 16 de janeiro.


O museu lamentou o fechamento neste momento, que considera "um dos períodos de aumento na demanda de visitantes por causa do período de férias escolares e do aumento do número de turistas na cidade".

Em 2022, depois de passar quase dois anos fechado por causa do isolamento social provocado pela pandemia da Covid, o museu recebeu mais de 22 mil visitantes, um aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2019.


Corte

Na segunda-feira, 28 de novembro, a verba das universidades federais de todo o país sofreu um contingenciamento da parte ainda não empenhada, ou seja, dos recursos que ainda não estavam comprometidos com as obrigações de pagamento. No caso da UFRN, o corte tinha sido de R$ 3,8 milhões.


Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi


Ao meio-dia de 1° de dezembro, os limites de empenho foram restabelecidos. Entretanto, no início da noite do mesmo dia, foi realizado uma nova restrição dos recursos, com um bloqueio do orçamento. No caso da UFRN, o montante foi de aproximadamente R$ 5,5 milhões.


Contingenciamentos anteriores

A UFRN iniciou o ano com uma redução no orçamento da ação “20RK – Funcionamento de Instituições Federais de Ensino Superior”, onde houve uma contenção de 11,66% quando comparado com os limites de 2021, o que gerou uma redução da ordem de R$ 13,1 milhões.


Em junho, foi realizado o bloqueio e corte de quase R$ 12 milhões na mesma ação orçamentária, que somado a redução inicial, gerou uma indisponibilidade total de aproximadamente R$ 25 milhões destinado ao custeio de suas atividades, ocasionando um cenário de déficit para o fechamento do exercício corrente.


Caso o cenário atual permaneça, a perda orçamentária para o ano irá ultrapassar os R$ 30 milhões.


Fonte: g1

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