domingo, outubro 30, 2022

Eleitores relatam nas redes sociais operações da PRF mesmo após determinação de suspensão do TSE



Relatos dos eleitores nas redes sociais em vários estados na manhã do domingo (30), mostram que a Polícia Rodoviária Federal desrespeitou a ordem do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que não fossem realizadas operações em transportes públicos neste 2º turno da eleição. Todos os relatos foram no Nordeste e Norte do país.


As ações foram desencadeadas mesmo após a determinação do TSE. Até o início da tarde, foram feitas 560 operações.


O ministro Alexandre de Moraes, determinou então que o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, interrompesse "imediatamente" operações da corporação sobre transporte público de eleitores.



Moraes estabeleceu que, se Vasques não cumprisse a ordem, receberia multa pessoal e horária de R$ 100 mil, seria imediatamente afastado das funções e preso em flagrante por desobediência e crime eleitoral.


PRF vai até o TSE

Horas depois, Vasques foi até a sede do TSE em Brasília para uma conversa com o ministro Moraes. Na saída, ele disse que iria suspender todas as operações no país. As informações são da jornalista Andrea Sadi, da GloboNews.


Durante entrevista coletiva no TSE, o ministro Alexandre de Moraes disse que as operações serão apuradas. Ainda segundo ele, o diretor da PRF informou que nenhum ônibus ou veículo voltou para a origem e, dessa forma, não houve prejuízo para os eleitores.


Segundo Moraes, nenhum eleitor relatou que deixou de votar por causa das operações.


No Pará, um ônibus com eleitores foi parado em ação da PRF no estado. A ação aconteceu em Benevides, na região metropolitana de Belém. Os passageiros filmaram a ação. A PRF confirmou a abordagem e alegou ser por irregularidade no coletivo, mas não informou quais as infrações registradas.


A ação aconteceu com um ônibus que faz a linha Belém/Mosqueiro no km 21 da BR-316, em trecho de Benevides. Mosqueiro é uma ilha distrito de Belém, distante 62,9 km da sede da capital. O transporte é feito exclusivamente por rodovia até a ilha e há intenso fluxo de pessoas.



No Maranhão, mesmo com a proibição do TSE, a PRF manteve a Operação Eleições e apreendeu motos, no município de Codó.


Um vídeo, gravado pelo cinegrafista Cândido Sousa, da TV Mirante, mostra motociclistas na BR-316 precisando parar em uma barreira montada pela PRF. Ao menos quatro motos foram apreendidas, segundo o repórter Eduardo Bueno.


Na Paraíba, o prefeito da cidade de Cuité denunciou a blitz da PRF durante 2º turno das eleições. Segundo o prefeito, a fiscalização estava inibindo os eleitores que precisavam passar pela fiscalização para votar.


Segundo o prefeito Charles Camaraense, a blitz teve início por volta das 8h e chegou ao fim por volta das 10h30. Os agentes disseram que estavam parando somente os motoqueiros que estavam sem capacete.


No entanto, ainda de acordo com o prefeito, a presença dos agentes da PRF poderiam impedir a passagem de eleitores que saíam da zona rural do município em direção aos locais de votação.


Na Bahia, a Coligação Pela Bahia, Pelo Brasil, firmada pela comissão estadual dos partidos federados (PT, PC do B E PV), e pelos partidos MDB, PSB, PSD e Avante, pediu a prisão do superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no estado após a realização de blitz nas cidades de Simões Filho, Jacobina e Ubaitaba.


O pedido tem como base denúncias documentadas com fotos e gravações, colhidas esta manhã.



No Amapá, moradores de diversas cidades, que tiveram o passe livre garantido pela prefeitura na área urbana para votarem no 2º turno das eleições, reclamaram que não conseguiram utilizar o transporte público ou que demorou mais de 3h para a chegada do coletivo.


O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) informou que constatou "a veracidade da notícia" e que "fará incidir as obrigações penais".


A Companhia de Transportes e Trânsito de Macapá (CTMac) disse que houve baixa no número de coletivos porque os motoristas faltaram em função de comemorações após o jogo da Libertadores.


Em Sergipe, apesar de proibição do TSE, os eleitores denunciaram a abordagem da PRF a um micro-ônibus que ia para a cidade de Laranjeiras.


“O policial subiu e perguntou se os passageiros estavam de cinto, depois ele pediu para ver o extintor. Em seguida, chamou o motorista e o cobrador e verificou alguns documentos. Depois, o motorista foi multado porque estava com o toxicológico vencido e liberado em seguida”, disse um eleitor que estava retornando para a capital sergipana, após votar.


Fonte: g1

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