quinta-feira, março 05, 2020

Delegado suspeito de matar esposa e enteada fica calado em interrogatório

O delegado Erik Busetti ficou calado perante a Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (5). Ele foi preso em flagrante, na noite de quarta (4), suspeito de matar a esposa e a enteada a tiros, em Curitiba.

Delegado suspeito foi preso em flagrante, em Curitiba; ele aparece sentado no banco de trás com capuz — Foto: Tony Mattoso/RPC
Delegado suspeito foi preso em flagrante, em Curitiba; ele aparece sentado no banco de trás com capuz — Foto: Tony Mattoso/RPC

De acordo com a delegada Camila Cecconello, Busetti foi autuado por duplo feminicídio. Ele está detido no Complexo Médico-Penal (CMP) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Maritza Guimarães de Souza e Busetti estavam em processo de divórcio e passavam por muitas brigas e desentendimentos, segundo relatos que chegaram à delegada.

O casal, ainda conforme informações repassadas à delegada, discutiu ao longo de toda a quarta-feira.

Maritza tinha 41 anos e era escrivã da Polícia Civil — Foto: Arquivo pessoal
Maritza tinha 41 anos e era escrivã da Polícia Civil — Foto: Arquivo pessoal

A delegada contou que, na cena do crime, Busetti estava em estado de choque e que durante o interrogatório aparentava estar abalado.

O crime aconteceu por volta das 23h30 na casa onde a família morava, no bairro Atuba. A filha do casal, uma menina de nove anos, estava na residência dormindo.

"Após efetuar os disparos, levou a filha para a vizinha e pediu para ela ligar para a Polícia Militar", disse a delegada Camila Cecconello.
A Polícia Militar (PM) foi ao local, e a Polícia Civil chegou na sequência. De acordo com a delegada, ele deixou a arma no chão e se entregou.

Delegado Erik Busetti (em imagem de arquivo da RPC) é suspeito de matar a esposa e a enteada a tiros, em Curitiba — Foto: Arquivo/RPC
Delegado Erik Busetti (em imagem de arquivo da RPC) é suspeito de matar a esposa e a enteada a tiros, em Curitiba — Foto: Arquivo/RPC

As vítimas
Maritza tinha 41 anos e era escrivã da Polícia Civil. Ela trabalhava na Divisão de Planejamento Operacional, enquanto Busetti estava lotado na Delegacia do Adolescente.

A outra vítima é uma adolescente de 16 anos. Ana Carolina Souza era filha de Maritza e enteada de Busetti.

Maritza e Busetti estavam juntos havia, aproximadamente, dez anos, segundo a delegada.

A polícia afirmou que testemunhas serão ouvidas e que o inquérito deve ser concluído em dez dias.

Delegado foi preso suspeito de matar a esposa, que era policial civil, e a enteada, em Curitiba — Foto: Tony Mattoso/RPC
Delegado foi preso suspeito de matar a esposa, que era policial civil, e a enteada, em Curitiba — Foto: Tony Mattoso/RPC

'Grande tragédia'
A delegada definiu o ocorrido como uma "grande tragédia".

O suspeito, segundo a delegada, fez nove disparos, mas nem todos acertaram as vítimas. Os corpos de mãe e filha estavam perto do sofá.

"Acreditamos que ela [Maritza] não estava armada naquele momento", afirmou a delegada.
A arma de Maritza foi encontrada em outro lugar. A delegada não disse onde.

Corregedoria da Polícia Civil
O delegado-corregedor da Polícia Civil do Paraná, Marcelo Lemos, afirmou que a Corregedoria vai atuar com "máximo rigor".

"É um crime que sensibilizou a todos na Polícia Civil. A resposta à sociedade será dada de forma tranquila e com rigor", disse Lemos.
Lemos também pontuou que o crime atribuído a Busetti é grave.

Conforme o delegado da Corregedoria, Busetti e Maritza não tinham nenhuma punição no histórico disciplinar. Os dois faziam parte da Polícia Civil desde 2004.

Busetti chegou a ser investigado por questões administrativas – como irregularidades em inquérito policial e prazos – mas, segundo Lemos, o caso foi arquivado. "Não foi uma investigação envolvendo violência física", esclareceu.

Casal morava em um condomínio no bairro Atuba, em Curitiba — Foto: Wesley Cunha/RPC Curitiba
Casal morava em um condomínio no bairro Atuba, em Curitiba — Foto: Wesley Cunha/RPC Curitiba

O que diz a defesa
O advogado Cláudio Dalledone, que faz a defesa do delegado, disse que não tem nada de positivo para falar sobre o que aconteceu.


"É uma tragédia, a qual infelizmente nós seres humanos estamos sujeitos", afirmou Dalledone.
Dalledone não deu mais nenhum detalhe sobre o caso.

Fonte: G1

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