quinta-feira, março 05, 2020

Caso Ronaldinho Gaúcho: diretor de Migração do Paraguai pede demissão do cargo

O diretor geral de Migração do Paraguai, Alexis Penayo, pediu demissão do cargo nesta quinta-feira (5) em meio às investigações sobre o suposto uso de passaporte e documentos paraguaios falsos pelo ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira.

Fotos de documentos de identidade paraguaios com nomes de Ronaldinho e seu irmão, Assis — Foto: Ministério Público Paraguai/ Reprodução
Fotos de documentos de identidade paraguaios com nomes de Ronaldinho e seu irmão, Assis — Foto: Ministério Público Paraguai/ Reprodução

Penayo vinha recebido críticas pelo fato de o Departamento de Migrações não deter os brasileiros ainda no Aeroporto Internacional de Luque — o principal terminal paraguaio.

O diretor reconheceu que um funcionário deixou Ronaldinho e o irmão passarem, mas criticou "a falta de apoio dos superiores" e a cobrança às autoridades migratórias.

"Ninguém pergunta quando esse passaporte foi solicitado, quem pagou e quem entregou", criticou Penayo.
De acordo com o jornal "ABC Color", as autoridades migratórias avisaram a Polícia Nacional e o Ministério do Interior logo após constatarem as irregularidades. Porém, os dois órgãos só agiram depois de 12 horas dessa comunicação.

Além disso, Penayo afirmou que pediu uma investigação administrativa para identificar os funcionários de imigração do aeroporto e averiguar por que a entrada de Ronaldinho e o irmão foi permitida.

Caso Ronaldinho Gaúcho

O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira, são investigados por suspeita de uso de passaporte e documentos de identificação paraguaios falsos. Eles ficaram sob custódia no hotel onde estavam hospedados em Assunção, no Paraguai, na noite desta quarta-feira (4).

O ex-ídolo da seleção brasileira de futebol, que está na capital paraguaia para compromissos comerciais, e o irmão passaram a noite sob custódia da polícia no Hotel Resort Yacht y Golf Club Paraguayo.

Na manhã desta quinta-feira (5), eles estão sendo ouvidos no Ministério Público. MP decidirá se denuncia ou não os dois brasileiros.

Carro da polícia em frente ao hotel onde Ronaldinho está hospedado em Assunção, no Paraguai, na quarta-feira (4)   — Foto: Jorge Adorno/ Reuters
Carro da polícia em frente ao hotel onde Ronaldinho está hospedado em Assunção, no Paraguai, na quarta-feira (4) — Foto: Jorge Adorno/ Reuters

A Polícia Nacional e autoridades dos ministérios do Interior e Público foram até o hotel após denúncia do Departamento de Identificações do Paraguai, que advertiu às autoridades migratórias sobre a irregularidade com os passaportes paraguaios.

Na suíte em que o ex-atleta está hospedado foram apreendidos passaportes paraguaios e carteiras de identidade, além de telefones celulares, de Ronaldinho e do irmão. O Ministério Público do Paraguai declarou que os passaportes são adulterados. Eles foram emitidos para cidadãos paraguaios em janeiro de 2020.

Um empresário brasileiro de 45 anos, suspeito de ter fornecido os documentos irregulares, foi detido. Ele passou a noite na sede de Investigação de Delitos da Polícia Nacional.

Não está claro por que o ex-jogador entrou no Paraguai com passaporte quando, entre os países do Mercosul, não é obrigatória a sua apresentação. O documento de identidade interno de cada país é suficiente para que os cidadãos circulem entre esses países.

Ronaldinho Gaúcho posa ao lado do comissário de Polícia metropolitana paraguaia, Miguel López Russo antes de prestar depoimento ao MP paraguaio nesta quinta-feira (5) — Foto: Reprodução/ABCTV
Ronaldinho Gaúcho posa ao lado do comissário de Polícia metropolitana paraguaia, Miguel López Russo antes de prestar depoimento ao MP paraguaio nesta quinta-feira (5) — Foto: Reprodução/ABCTV

O procurador Federico Delfino, um dos responsáveis pela investigação, disse em uma coletiva de imprensa nesta quinta que os irmãos saíram do aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, com documentação brasileira e teriam recebido os passaportes paraguaios "assim que deixaram o avião".

"Tanto o senhor Ronaldinho quanto seu irmão disseram que era um presente", disse Delfino, acrescentando que, segundo as investigações preliminares, os números dos passaportes correspondem a documentos de outras pessoas.
Duas mulheres suspeitas de envolvimento na emissão dos passaportes foram detidas, segundo informou o jornal "La Nación" nesta quinta.

A Justiça paraguaia também investiga suposta cumplicidade dos agentes migratórios por permitirem a entrada no país do brasileiro apesar da irregularidade na documentação.

"Independentemente da popularidade de Ronaldinho, ele não deveria ter deixado o aeroporto", disse ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo, a uma rádio local.

Defesa de Ronaldinho Gaúcho

Autoridade paraguaia analisa passaportes de Ronaldinho Gaúcho e do irmão dele, Assis — Foto: Ministério Público Paraguai/ Reprodução
Autoridade paraguaia analisa passaportes de Ronaldinho Gaúcho e do irmão dele, Assis — Foto: Ministério Público Paraguai/ Reprodução

O advogado Sérgio Queiroz, que representa o ex-jogador no Brasil, disse ao GloboEsporte.com que "certamente trata-se de algum equívoco que será esclarecido".

Ao G1, ele afirmou que não está claro por que haveria algum problema com os documentos. "Isso me causa estranheza, porque ele tem documentação, ele tem passaporte brasileiro." O atleta aposentado não está preso, salientou Queiroz, mas, sim, foi detido para prestar esclarecimentos.

Em 2015, o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho teve os passaportes brasileiro e espanhol confiscados por causa de problemas com a justiça. Porém, ainda de acordo com o seu advogado, os documentos estão liberados "desde setembro/outubro" do ano passado.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!