terça-feira, fevereiro 20, 2018

Diretor-geral da PF diz que foi mal interpretado por declarações e que não interferiu em inquérito, relata Barroso

Despacho assinado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, relata teor de encontro com o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia (Foto: Reprodução/Supremo Tribunal Federal)


O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relatou em despacho publicado nesta segunda-feira (19) que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, negou ter interferido no inquérito que investiga o presidente Michel Temer e que foi mal interpretado por recentes declarações à imprensa.

Em entrevista à Reuters, publicada em 9 de fevereiro, Segovia afirmou que não há provas contra Temer no inquérito que apura o suposto pagamento de propina na edição, pelo presidente, de um decreto sobre o setor de portos.

Segundo a agência, Segovia, então, indicou que a PF pedirá o arquivamento das investigações.

As declarações do diretor-geral da PF causaram intensa repercussão em Brasília, a ponto de – um dia depois de a entrevista ser publicada – Barroso, relator do inquérito, intimar Segovia a dar explicações.

Os dois se reuniram no Supremo na tarde desta segunda para tratar do assunto. Segovia chegou à Corte pelo elevador privativo e não deu declarações à imprensa.

No despacho, Barroso afirma que o diretor-geral da PF entregou ofício no qual prestou esclarecimentos sobre as declarações. Além disso, o ministro resumiu o que teria ouvido de Segovia no encontro.

"Pessoalmente, o senhor diretor-geral afirmou-me o que brevemente resumo:

a) Que suas declarações foram distorcidas e mal interpretadas;

b) Que em momento algum pretendeu interferir no andamento do inquérito, antecipar conclusões ou induzir o arquivamento;

c) Que não teve a intenção de ameaçar com sanções o delegado encarregado, tendo também aqui sido mal interpretado;

d) Que se compromete a não fazer qualquer manifestação a respeito dos fatos objeto da apuração", diz Barroso no documento.

Fonte: G1

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