quinta-feira, junho 08, 2017

MPF diz que OAS pagou R$ 500 mil de propina a Henrique Alves através de conta de campanha de Temer


O Ministério Público Federal (MPF) diz que a empreiteira OAS pagou R$ 500 mil de propina a Henrique Alves, em 2014, através da conta do então candidato a vice-presidente Michel Temer. Segundo o MPF, pelo menos R$ 500 mil foram depositados diretamente na conta de campanha de Temer e posteriormente transferidos para a conta do diretório estadual do PMDB do Rio Grande do Norte, para a campanha de Alves ao governo do Estado.
O ex-ministro foi preso nesta terça (6) na Operação Manus, que investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas.
O G1 procurou o advogado de Henrique Alves, mas ele disse que não iria se manifestar porque estava em um voo. A assessoria do Planalto informou que o assunto deveria ser tratado com o PMDB nacional. A assessoria do PMDB não atendeu às ligações. A OAS não vai comentar.
De acordo com o pedido de prisão feito pelo MPF, os R$ 500 mil apontados como "valores ilícitos" foram transferidos no dia 11 de setembro de 2014 da OAS para Michel Temer e, no mesmo dia, foram transferidos para o diretório do PMDB do RN.
"A propósito, saliente-se que um dos repasses de valores ilícitos da OAS para a campanha de Henrique Eduardo Lyra Alves a Governador do Rio Grande do Norte em 2014, objeto de apuração no caso, foi de início pago justamente ao candidato a Vice-Presidente Michel Temer, que transferiu os valores ao Diretório Estadual do PMDB no Rio Grande do Norte, que os direcionou a Henrique Eduardo Lyra Alves", diz MPF.

MPF diz que valores ilícitos foram repassados à Henrique Alves pela OAS através de Temer (Foto: Reprodução)
MPF diz que valores ilícitos foram repassados à Henrique Alves pela OAS através de Temer (Foto: Reprodução)

Na prestação de contas do então candidato ao governo do RN Henrique Alves consta a doação da OAS no valor de R$ 500 mil no dia 11 de setembro de 2014. As contas de Alves do pleito de 2014 foram reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), e após recurso, foram aprovadas pelo TSE.
A peça do MPF relata ainda que Henrique Alves mantinha uma conta na Suíça "para recebimento de propina" e fechou essa conta em março de 2015, quando as investigações da Operação Lava Jato tiveram início no Supremo Tribunal Federal. O saldo desta conta, segundo o MPF, foi transferido para outras contas secretas: uma no Uruguai e outra nos Emirados Árabes. "Ele continua, pois, ocultando quantias ilícitas no exterior, incidindo em conduta criminosa permanente", diz o MPF. O saldo das contas não foi divulgado.
Operação Manus
A operação Manus apura irregularidades na construção da Arena das Dunas. De acordo com as investigações, Henrique Alves recebeu vantagem indevida em troca de atuação política e parlamentar em favor dos interesses da OAS. Ele foi preso em casa, em Natal, na manhã desta terça (6).
Outras quatro pessoas também foram presas na capital potiguar. O ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foi alvo de um novo mandado de prisão preventiva na mesma operação.
Ao fazer o embasamento dos pedidos de prisões preventivas, o MPF argumentou que “há prova da materialidade e suficientes indícios de autoria delitiva em relação a Eduardo Cosentino da Cunha e Henrique Eduardo Lyra Alves, especialmente quanto à prática de vários crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro”.
Operação Sépsis
Também nesta terça-feira Henrique Alves foi alvo de mandado de prisão na operação Sépsis – que investiga um suposto esquema de pagamento de propina para liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal.
O MPF alegou que havia o temor de que o político ocultasse ou destruísse provas, ou movimentasse contas bancárias investigadas na operação Sépsis. O argumento foi acatado pelo juiz da 10ª Vara Federal Vallisney de Souza Oliveira.

Fonte: G1

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