quinta-feira, junho 08, 2017

Turquia prende diretor da Anistia Internacional


O chefe da ONG Anistia Internacional na Turquia, Taner Kiliç, foi preso nesta quarta-feira (7) pela polícia turca sob a acusação de estar ligado com a organização do clérigo islâmico Fethullah Gulen, opositor do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. O mandatário turco acusa a rede de Gulen de ter organizado a tentativa fracassada de golpe de Estado de julho de 2016.
Desde a tentativa de golpe, as autoridades turcas prenderam mais de 50 mil pessoas e suspenderam mais de 150 mil funcionários públicos de suas funções, incluindo soldados, policiais, professores, sob a acusação de ligações com grupos terroristas.
Kiliç foi detido junto com outros 22 advogados na província litorânea de Esmirna. Ele estava em sua casa quando foi preso pelos agentes e levado até a sede da ONG. Seja sua residência que a sede de Amnesty foram revistadas pelos agentes.
“Taner Kiliç tem um longo e honrado histórico de defesa exatamente desse tipo de liberdades que as autoridades turcas estão agora pisoteando", afirmou Salil Shetty, secretário-geral da Amnistia Internacional. A ONG avançou dúvidas sobre a ligação de Kiliç com o grupo de Gulen.
A Anistia Internacional exige a libertação imediata dos detidos e o fim dos procedimentos judiciais contra o grupo diante da "ausência de provas críveis", e avalia que as prisões demonstram o caráter "arbitrário" do expurgo realizado após o golpe.
As autoridades turcas ainda não quiseram comentar oficialmente a prisão. Entretanto, fontes do governo turco alegaram que essa ruptura é necessária por causa da gravidade da tentativa de golpe, na qual mais de 240 pessoas morreram.
Fethullah Gulen, que vive auto-exilado nos Estados Unidos desde 1999, negou qualquer envolvimento com a tentativa de golpe de estado e o condenou. Segundo alguns opositores de Erdogan, o próprio presidente turco teria utilizado a tentativa de golpe como pretexto para poder levar adiante uma política repressiva contra as oposições e os dissidentes.
Os Estados Unidos se declararam “profundamente preocupados” com a prisão de Kiliç e exortaram a Turquia a respeitar os procedimentos judiciais.
Segundo a porta-voz do departamento de Estado, Heather Nauert, Kiliç é "apenas o último de uma série de defensores dos direitos humanos, jornalistas, universitários e militantes detidos na Turquia". "As detenções de indivíduos como o senhor Kiliç prejudicam o debate público e minam a qualidade da democracia na Turquia”, salientou Nauert.

Fonte: G1

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