terça-feira, junho 06, 2017

Haddad será intimado a depor após dizer que promotor teria pedido propina envolvendo Arena Corinthians

 O prefeito de São Paulo Fernando Haddad, posa para foto em seu gabinete na sede da Prefeitura (Foto: Victor Moriyama/G1)

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), será intimado para dar depoimento na Corregedoria-Geral do Ministério Público de São Paulo após afirmar que o promotor de Justiça Marcelo Milani teria pedido propina de R$ 1 milhão para não entrar com uma ação relativa à Arena Corinthians. A afirmação foi feita por Haddad em artigo publicado pela revista Piauí.
Em maio de 2012, ainda na gestão Gilberto Kassab (PSD), Milani entrou com ação na Justiça contra a lei que permitia à Prefeitura de São Paulo ajudar na construção do estádio com a emissão de R$ 420 milhões em títulos. Empresas que comprassem os títulos poderiam usá-los para abater dívidas com a administração municipal.
A ação movida por Milani inviabilizou a venda dos títulos no mercado. Corinthians e Odebrecht então, segundo Haddad, pediram que a Prefeitura comprasse os títulos e injetasse os R$ 420 milhões na obra. Haddad se recusou por considerar que esses título seriam “invendáveis” em razão do imbróglio com o Ministério Público.
“Fui informado de que, para não ingressar com a ação judicial, o promotor teria pedido propina de 1 milhão de reais", disse Haddad em artigo na Piauí. "Eu respondi que essa informação não mudava o teor da minha decisão, contra a recompra, e que não me restava alternativa como agente público senão levar o fato relatado ao conhecimento da Corregedoria-Geral do Ministério Público, para que fosse devidamente apurado", afirmou.
Nesta terça-feira (6), Haddad afirmou que está à disposição da Corregedoria para reiterar as informações já passadas.
O G1 procurou o promotor Marcelo Milani e aguarda um possível posicionamento.
Segundo Haddad, a denúncia ao Ministério Público causou uma perseguição por parte do promotor ao longo do mandato do ex-prefeito.
Haddad citou as ações semelhantes movidas por Milani sobre o uso do dinheiro das multas de trânsito. Uma das ações era contra a Prefeitura de São Paulo, e a outra contra o governo de São Paulo. As ações, porém, mostraram decisões diferentes do promotor.

“No primeiro caso, convocou-se uma coletiva de imprensa e o chefe do Executivo, o prefeito, figurava como réu por improbidade; no segundo, uma breve nota substituiu a coletiva de imprensa, o governador não figurava como réu e o processo acabou arquivado por perda de prazo pelo promotor. A isso eu chamo de comportamento faccioso”, disse Haddad.
A ação civil pública movida pelo Ministério Público contra o governo de São Paulo foi extinta pela Justiça após os promotores responsáveis pela ação não atenderem um pedido da juíza Paula Cometti, que entendeu que a ação não poderia ser contra a Secretaria da Fazenda. Com isso, foi indeferido o pedido do MP para que os recursos das multas sejam administrados pelo governo de São Paulo em uma conta única que permita uma fiscalização simplificada da aplicação do dinheiro.

Fonte: G1

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