terça-feira, junho 06, 2017

Turismo rural recebe investimento bancário


Em Pium, a 22 quilômetros de Natal, um pequeno sítio de 1,5 hectare costuma ser visitado por estudantes em excursões escolares e por turistas de várias partes do país, todos ávidos por conhecer uma bela produção orgânica, que passa pela olericultura, horticultura e fruticultura de base agroecológica.



Os produtores da Ecovila Pau-Brasil utilizam técnicas de sistema agroflorestal, permacultura e biodinâmica, no manejo orgânico da produção de frutíferas, hortaliças, condimentais, medicinais e ornamentais. Além disso, a propriedade oferece passeios ecopedagógicos e mantém um restaurante vegano, onde são comercializados itens produzidos e beneficiados no próprio local. A iniciativa conta com financiamento do Banco do Nordeste, que já liberou R$ 19,8 mil ao casal de produtores, Larissa Batista e Pedro Quilles.



Para atender mais clientes com produção em base agroecológica e orgânica, atividades que estão bastante relacionadas, o Banco do Nordeste está identificando mercados potenciais para o desenvolvimento das atividades, dentre outras estratégias, em contratos no âmbito de linhas de crédito como o Agroamigo Mais e o Pronaf Agroecologia.



São passíveis de financiamento atividades como administração de hospedagem e o fornecimento de alimentação em restaurantes e meios de hospedagem, todos no meio rural. Também podem ser contempladas a organização e a promoção de visitas a propriedades rurais produtivas ou inativas de importância histórica, exploração de vivência de práticas do meio rural e exploração de manifestações artísticas ou religiosas no meio rural.



“A realização de turismo em áreas rurais favorece bastante a geração de renda e a ocupação que ajudam muito na sustentabilidade das famílias envolvidas. O desenvolvimento de atividades não agrícolas no meio rural serve para estabilizar a renda das famílias e agregar valor à produção”, afirma o superintendente de Microfinança e Agricultura Familiar do BNB, Alex Araújo. Para ele, o setor tem tudo para deslanchar em 2017, considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU), como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento.



Pesquisa



Segundo a pesquisadora do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), Maria Odete Alves, autora do estudo “Pluriatividade como estratégia de sobrevivência no Sertão nordestino”, as atividades não agropecuárias entre agricultores familiares, como é o caso do turismo rural, costumam gerar renda superior à das atividades agropecuárias. “Interessante que, mesmo nessas situações, os agricultores se autodenominam agricultores”, observa.



De acordo com Maria Odete, no entanto, ainda não existem números consolidados que possam apresentar uma fotografia do setor. “É uma atividade eminentemente da agricultura familiar, por isso, com baixo potencial de geração de empregos, tendo passado por leve crescimento nos últimos anos”, diz o estudo. O Etene é o órgão de pesquisas do Banco do Nordeste.



Fonte: Portal no Ar

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