sexta-feira, junho 09, 2017

Exonerado, ex-secretário de Obras de Natal é transferido para Comando da PM

Fred Queiroz é investigado por suposto esquema envolvendo o ex-candidato a governador do RN, Henrique Alves (PMDB) (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

O prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), exonerou o titular da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), Fred Queiroz. A resolução está no Diário Oficial desta sexta-feira (9), que também publicou a nomeação do secretário-adjunto, Tomaz Pereira de Araújo Neto, para o cargo de secretário.
Queiroz está preso preventivamente desde terça (6) por suspeita de participação em esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o ex-ministro do Turismo Henrique Alves (PMDB). O ex-secretário também foi transferido do Centro de Detenção Provisória da Ribeira para o Comando Geral da Polícia Militar, no Tirol.
A prefeitura de Natal já havia anunciado a intenção de designar o secretário-adjunto para responder pela secretaria na ausência e impedimento do titular da pasta. "Ressalte-se que não há nada nos fatos revelados que envolva a Prefeitura do Natal", sublinhou, em nota divulgada à imprensa.

Henrique Alves é suspeito de facilitar financiamento do BNDES para obras da Copa 2014 em troca de propina (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Henrique Alves é suspeito de facilitar financiamento do BNDES para obras da Copa 2014 em troca de propina (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Suspeitas da polícia
A operação Manus é um desdobramento da operação Lava Jato que investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. Além de Queiroz e Alves, foram presos a esposa do ex-secretário, a colunista Érika Nesi, e o filho deles, Matheus Nesi Queiroz. Érika e Matheus foram liberados após audiência de custódia.
De acordo com relatório elaborado pela Polícia Federal, Fred Queiroz teria repassado recursos de caixa dois da Odebrecht, no valor total de R$ 1 milhão, a empresas de comunicação ligadas ao próprio filho e à campanha de Henrique Alves, na época candidato ao governo do Rio Grande do Norte. O advogado de defesa do ex-ministro disse que denúncias são "meras suposições".
Ainda segundo a PF, a empresa de Érika Nesi teria recebido mais de R$ 9 milhões da campanha do ex-ministro e movimentado cerca de R$ 42 milhões entre 2012 e 2015, valor muito superior aos R$ 12,8 milhões que teriam sido declarados à Receita. O advogado de defesa de Fred, Érika e Matheus negou o envolvimento dos três em qualquer esquema de corrupção de lavagem de dinheiro.

Auditoria do TCE apontou superfaturamento de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas (Foto: Ney Douglas)
Auditoria do TCE apontou superfaturamento de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas (Foto: Ney Douglas)

Lava Jato
A investigação se baseia em provas da Lava Jato, que apontam o pagamento de propina a Eduardo Cunha (PMDB) e Alves em troca de favorecimento a duas grandes construtoras envolvidas na construção da Arena das Dunas. Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado apontou superfaturamento de R$ 77 milhões na obra do estádio.
Segundo a PF, foram identificados pagamentos de propina por meio de doações oficiais entre 2012 e 2014 . Além disso, um dos investigados usou valores supostamente doados para a campanha de 2014 em benefício pessoal. Os investigados responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.

Fonte: G1

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