quinta-feira, abril 06, 2017

Banco Central diz que R$ 17,4 bilhões foram retirados da poupança no 1º trimestre


O Banco Central informou nesta quinta-feira (6) que R$ 17,4 bilhões foram retirados da poupança no primeiro trimestre deste ano.
O resultado, segundo o BC, é inferior aos de 2016, quando a saída de recursos acumulou R$ 24,05 bilhões, e de 2015, quando a retirada foi de R$ 23,23 bilhões.
Ainda de acordo com o balanço divulgado pelo Banco Central, somente em março, a saída de recursos da poupança superou em R$ 4,99 bilhões os depósitos. Com esse resultado, a retirada de dinheiro foi inferior às registradas em março de 2016 (R$ 5,37 bilhões) e de 2015 (R$ 11,43 bilhões).
Resultado de 2016
Em todo o ano passado, R$ 40,7 bilhões foram retirados da poupança. O resultado foi o segundo pior da série histórica, que começou em 1995, atrás somente de 2015, quando foram sacados R$ 53,5 bilhões.
A retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um momento de baixo nível de atividade econômica, com aumento do desemprego e inadimplência em patamar elevado. Além disso, a poupança também tem registrado baixo rendimento se comparada a outras aplicações financeiras.
Saldo da poupança
Com a retirada líquida de recursos da poupança, no final de março o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou queda.
No fim de dezembro de 2016, o saldo da poupança estava em R$ 664,9 bilhões. Ao fim de fevereiro de 2017, somava R$ 660,6 bilhões e, em março, recuou para R$ 659,4 bilhões.
Além dos depósitos e das retiradas, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em março, os rendimentos totaliaram R$ 3,75 bilhões.
Atratividade
O baixo rendimento da poupança tem contribuído para a retirada de recursos. Enquanto o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic (taxa básica de juros determinada pelo Banco Central), o das cadernetas fica limitado a 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% ao ano. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), na atual situação, as aplicações em renda fixa, como fundos de investimento, ganham mais atratividade porque o rendimento fica acima do da poupança na maioria dos casos. A poupança continua atrativa somente para fundos com taxas de administração acima de 2,5% ao ano.
No ano passado, de acordo com a Economatica, a caderneta de poupança rendeu 8,3%. Ou seja, o rendimento das cadernetas foi superior à inflação de 2016, que ficou em 6,29%. Foi o melhor resultado desde 2009, quando o ganho foi de 2,63%.
Mesmo assim, a poupança perdeu para a Bovespa (30,72% de rentabilidade, descontada a inflação) e para a renda fixa, representada pelo CDI, que teve ganho real de 7,25% em 2016.
Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.
Quando aplicar na poupança
Especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda pode ser uma boa opção, mas somente em poucos casos.
Por exemplo: para pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), para pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências.
A vantagem da poupança em relação a outros investimentos é que não incide Imposto de Renda sobre a aplicação.
Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet) há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração.
Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

Fonte: G1

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