sexta-feira, março 31, 2017

Natal reduz em 95% casos de dengue, chikungunya e zika no 1º trimestre

Laboratório instalado pela Prefeitura na nova sede do CCZ faz a análise de materiais do Aedes aegypti coletadas na cidade (Foto: Marco Polo )

Os números de casos das arboviroses (como dengue, chikungunya e zika) transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em Natal sofreram uma redução de 95% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016. Foram registradas entre janeiro e março deste ano 666 pessoas infectadas. Além disso, nenhum dos 36 bairros da capital potiguar está em alerta máximo, ou seja, em situação de emergência, para o risco de alastramento das doenças. Situação que deixa Natal fora do risco epidêmico. Os números são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e foram apresentados na última reunião do gabinete de crise, fórum criado e formado por diversos órgãos da Prefeitura para monitorar, debater e aplicar as metodologias de combate ao mosquito.

Para o secretário municipal de Saúde, Luiz Roberto Fonseca, o bom resultado no combate à dengue, à chikungunya e à zika deve-se ao modelo de trabalho adotado pela Prefeitura, destacando-se o sistema Vigiadengue. Desenvolvida pelos técnicos do Centro de Controle de Zoonoses, a metodologia mantém um monitoramento ativo com base nas vigilâncias epidemiológica e entomológica das arboviroses.

Essa abordagem tem a finalidade de realizar o monitoramento contínuo do espaço urbano, a fim de identificar as áreas de maior risco para a ocorrência de surtos e epidemias. O sistema cria categorias de risco a partir da utilização de indicadores epidemiológicos e entomológicos que já são utilizados na rotina e de outros a serem desenvolvidos, além de estabelecer categorias de intervenção ou estágio de resposta para cada nível de risco. “A cada 500 metros da cidade, colocamos uma ‘armadilha’ e a retiramos após sete dias. Depois, fazemos a contagem dos ovos do mosquito nesse período em cada região e cruzamos com os casos que já existem. Desta forma, conseguimos planejar nossas ações com mais agilidade”, explica o secretário Luiz Roberto.

O quartel general contra o Aedes aegypti é a nova sede do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Localizada no bairro de Nova Descoberta, a unidade oferece instalações modernas, ampliando a eficácia do trabalho desenvolvido. A nova CCZ dispõe em sua estrutura de laboratório de análise de amostras coletadas nas ruas da cidade, laboratório de informática para a tabulação dos dados e auditório para discussões como a do gabinete de crise, que se reúne quinzenalmente para avaliar as ações.

Além do VigiaDengue, a Prefeitura conta com outras ações no enfrentamento ao Aedes. O atendimento do Disk-Dengue (0800 281 4031), por exemplo, foi ampliado: passou a atender 24 horas durante os sete dias da semana. Está em avaliação ainda a proposta de multar quem não fizer a coleta domiciliar corretamente ou for flagrado fazendo o descarte de resíduos sólidos em terrenos baldios e áreas proibidas.

Os bons resultados obtidos pela metodologia desenvolvida aqui em Natal chamou a atenção de órgãos de saúde em todo o Brasil e até no exterior. O VigiaDengue já chegou a importantes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, bem como recebeu elogios do Ministério da Saúde. A metodologia também ultrapassou as fronteiras brasileiras, sendo adotada como referência pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS).

Mesmo com os bons resultados, o secretário municipal de Saúde alerta para a continuidade das ações e destaca que não se pode relaxar no combate ao Aedes aegypti. “É um trabalho permanente e que requer atenção de todos nós. Esse não é só um trabalho da SMS. Reiteramos a importância da conscientização da população. Se cada um fizer a sua parte teremos respostas ainda mais positivas e de uma maneira mais rápida”, conclama ele, que destaca a parceria com outros órgãos da Prefeitura no trabalho contra o mosquito, citando Urbana e as secretarias de Serviços Urbanos (Semsur) e de Defesa Social (Semdes).

Fonte: G1

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