quinta-feira, janeiro 19, 2017

Jovem se acorrenta e faz greve de fome por remédio para tumor cerebral

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Um estudante com tumor cerebral fez greve de fome e se acorrentou em frente à Prefeitura de Sertãozinho(SP) na tarde de quarta-feira (18) para reivindicar o
recebimento gratuito de um medicamento para seu tratamento.
Marcos Matheus Fábio, de 22 anos, diz que o Estado e a Prefeitura deixaram de fornecer o remédio em dezembro, quando uma liminar que garantia o benefício foi suspensa porque o medicamento que controla o tumor, novo, não lista na relação aprovada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O corte veio após um recurso ajuizado pela Prefeitura de Sertãozinho, que alegou que o remédio não era recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Sem condições de bancá-lo - cada caixa com ampolas custa R$ 15 mil -, ele decidiu chamar atenção das autoridades. Ele deixou o paço municipal durante a noite, por causa da chuva, mas garantiu que voltaria nesta quinta-feira (18). "Eu estou aqui porque estou lutando pelos meus direitos de viver. Eu estou lutando pelas minhas injeções, pelo meu tratamento de saúde que estou fazendo", disse.
O prefeito de Sertãozinho, Zezinho Gimenez (PSDB), disse ter conversado com o jovem e garantiu que vai pagar o medicamento mediante determinação da Justiça - o Ministério Público deu parecer favorável à retomada do benefício.
O Departamento Regional de Saúde de Ribeirão Preto confirmou que suspendeu a distribuição do remédio ao estudante por causa de uma determinação judicial, depois de uma ação movida pela Prefeitura. A Secretaria de Estado da Saúde comunicou, no entanto, que cumpre todas as ações judiciais vigentes.
Remédios caros
Matheus Fábio diz que toma o medicamento desde julho de 2016. Ele afirma que cada caixa contendo ampolas para injeção custa em torno de R$ 15 mil e agora não será capaz de arcar com as despesas.
“As caixas que eu tinha, que foram fornecidas pelo Estado e pela Prefeitura, acabaram em dezembro e a minha liminar que obrigava o Estado a fornecer a medicação foi suspensa. É um tratamento oncológico e faz parte o Estado me fornecer o medicamento. Liguei no governo essa semana e eles disseram não vão me fornecer”, afirma.
Sem saber o que fazer, Marcos decidiu se acorrentar em frente à Prefeitura na esperança de comover as autoridades a reconsiderar a suspensão do fornecimento. Além disso, afirma que tem feito greve de fome desde terça-feira (17).
“Eu quero que se resolva o meu caso na Justiça, eu quero meu medicamento, eu não quero ficar fazendo campanha pelo resto da vida. Se precisar eu vou fazer, ainda estou fazendo, estou fazendo greve de fome também e me acorrentei hoje aqui na Prefeitura. Quero uma solução para o caso”, desabafa.
Matheus Fábio explica que o medicamento que toma é considerado novo pelas autoridades e não faz parte da lista de remédios aprovados para uso da doença pelo SUS. “Como houve a suspensão da liminar, não existe nem a possibilidade de a Prefeitura me ajudar com a compra do medicamento, porque se eles comprarem, como ocorreu a suspensão, isso pode prejudicá-los. Ao menos isso é o que me foi passado”, afirma o estudante.
Acorrentado, ele afirma que não tem ideia de até quando deverá permanecer no local e diz que espera que possa voltar a comprar as ampolas sem necessitar pagar do próprio bolso.
Para retornar a receber o remédio, o estudante diz contar com auxílio de um advogado e que precisa que a liminar seja derrubada pela Justiça.
“Eu me sinto humilhado por ter meu direito privado de ter uma saúde digna tendo que lidar todo dia com a doença. Eu estou me controlando muito porque não sei de onde estou tirando forças para conseguir aguentar tudo que aguentei até hoje.”

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Estudante fez greve de fome e se acorrentou na Prefeitura de Sertãozinho para voltar a ter remédio de graça contra tumor no cérebro (Foto: Reprodução/EPTV)Estudante fez greve de fome e se acorrentou na Prefeitura de Sertãozinho para voltar a ter remédio de graça contra tumor no cérebro (Foto: Reprodução/EPTV)

Fonte: G1

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