quarta-feira, abril 20, 2016

CBF foi 'forçada' a parar de financiar campanhas políticas

José Maria Marin e Rosilene Gomes, ex-presidentes respectivamente de CBF e federação paraibanaEm e-mail datado de 2012, do então presidente da CBF José Maria Marin, o dirigente afirma que a entidade sofreu ação da Procuradoria Eleitoral por financiar campanhas políticas. Na correspondência, Marin nega pedido da presidente da Federação Paraibana de Futebol à época, Rosilene Gomes.

O pedido era para que a entidade, que existe para cuidar dos interesses do futebol brasileiro, "ajudasse" na campanha do filho da presidente à prefeitura do município de Sossego, Wagner de Araújo Gomes.

Na resposta, embora diga que tenha analisado com "disposição benévola", Marin diz que não poderia contribuir por recomendação jurídica e pela CBF ter sofrido "ação em passado recente".

José Maria Marin vetou apoio a candidato após pedido da presidente da federação paraibana
José Maria Marin vetou apoio a candidato pedido pela presidente da federação paraibana

O e-mail foi enviado menos de um mês depois que o vice-presidente para a região Nordeste, Gustavo Feijó, cobrava o recebimento de R$ 250 mil para a sua candidatura à prefeitura de Boca da Mata, em Alagoas.

Na ocasião, Feijó - que é o atual prefeito da cidade pelo PDT - dizia que já havia recebido R$ 350 mil e que Ricardo Teixeira havia prometido financiar 30% do orçamento total da campanha.

Apuração de "Caixa 2"

O filho de Rosilene não se elegeu prefeito. Teve apenas 950 votos, cerca de 37% do eleitorado. À Justiça Eleitoral o candidato pelo partido DEM declarou bens no valor de R$ 84,8 mil. Sossego é um município de pouco mais de 3 mil habitantes e fica no semiárido da Paraíba.

O email publicado nesta reportagem está em poder da CPI do Futebol, no Senado, e consta do computador pessoal do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, apreendido pela Polícia Federal em 2012.

A CPI vê indícios de "Caixa 2" praticado pela entidade, uma vez que a doação que o prefeito afirma em email ter recebido não consta da prestação de contas do candidato à Justiça Eleitoral.

Gustavo Feijó nega que tenha recebido o repasse. 

A princípio, o blog não conseguiu contato com Rosilene Gomes, nem com seu filho, Wagner Gomes. No entanto, após a publicação do post, Rosilene entrou em contato e disse que não se lembrava da candidatura.

Depois, afirmou "que nunca recebeu dinheiro algum de ninguém" e que saiu do futebol por diversos problemas de saúde dela e de familiares. Ainda acrescentou que "nunca se meteu com política" e que não sabe dizer se era comum a CBF fazer contribuições financeiras a políticos.

Fonte: ESPN

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