sexta-feira, novembro 13, 2015

Grafite lembra quando perdeu prêmio da Fifa para C. Ronaldo por vacilo

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Grafite recebeu a bola pela ponta esquerda e arrancou rumo à grande área do Bayern de Munique. Poucos segundos depois entraria para a história. Ele penetrou na zaga
bávara, costurou dois defensores e driblou o goleiro alemão. Não satisfeito, tocou sutilmente de calcanhar, de costas para o gol, para a bola morrer no fundo do barbante. "Obra de gênio" definiu à época a imprensa alemã.

Com o gol de placa, marcado a 4 de abril de 2009, no jogo Wolfsburg 5 x 1 Bayern de Munique, Grafite ganhou fama mundial, prêmios individuais e entrou na lista do Prêmio Puskas – de gol mais bonito do ano, concedido pela Fifa.

Mais que isso, Grafite teria ganho o próprio Prêmio Puskas, que acabou nas mãos de Cristiano Ronaldo, não fosse um vacilo de comunicação. Quem conta é o próprio atacante, tomado por sentimentos de orgulho pela façanha e de frustração por não ter levado o prêmio.

"Quando eu lembro daquele gol vem muita coisa na minha mente, eu não ganhei o Puskas porque não fui na celebração", afirma.

"A Fifa tinha mandado a carta [do vencedor do Prêmio Puskas] e o clube não passou pra mim. Dia 19 ou 20 de dezembro nós jogamos, dia 21 ou 22 tinha o evento, só que já tinha marcado passagem pro Brasil. Teve algum erro de comunicação no clube", explica Grafite, ao UOL Esporte.

O jogo ao qual ele se refere aconteceu no dia 19 de dezembro: Eintracht Frankfurt 2 x 2 Wolfsburg. A entrega do Puskas aconteceu dois dias depois. Grafite havia ganho o prêmio, mas não sabia e neste ínterim estava a caminho das férias de Natal no Brasil. Melhor para Cristiano Ronaldo.

"O gol que ganhou foi do Cristiano Ronaldo, muito bonito, mas perto do gol que marquei, era considerado um gol normal, no meu ponto de vista. Fiquei sabendo que o pessoal da Fifa não ia dar um prêmio para um jogador que não tava presente. Ganhei outros títulos, mas [perder o prêmio assim] me frustou um pouco", revela à reportagem.

"Eu tentava muito esse lance, de calcanhar, eu uso muito, eu tinha marcado um anos antes, mas de dentro da pequena área. Marquei em Dubai também. Mas esse daí foi pela jogada, passei por dois, três, nem peguei em cheio. E pelo fato de ter sido contra o Bayern, 5 a 1, e foi ali que nós arrancamos para ganhar o campeonato, naquele jogo tomamos a liderança, eu assumi a artilharia, dois dias depois do aniversário de 30 anos", relembra.

Se Grafite acabou não levando o Puskas por um vacilo, o antológico gol de calcanhar contra o Bayern de Munique lhe renderia muitas outras glórias. A começar pelo título de gol mais bonito da história do Wolfsburfg, em eleição do próprio clube, no ano seguinte. Afinal, pela primeira vez na história, o clube havia sido campeão alemão e tido o artilheiro da competição: Grafite.

Com 28 gols, o atacante com passagem pelo São Paulo e seleção brasileira foi o goleador da Bundesliga 2009. Foi também eleito pela revista Kicker o jogador do ano na Aleamanha, feito atingido apenas por quatro estrangeiros desde a criação do prêmio em 1960. "Só eu, Ribery, Robben e Ailton", conta Grafite, orgulhoso.

Melhor jogador, artilheiro e campeão alemão de 2009, Grafite não pararia por aí. Em dezembro de 2014, ele ganhou seu prêmio mais recente em referência àquela temporada histórica. No site oficial do Campeonato Alemão, Grafite foi eleito ao lado de Dzeko a melhor dupla de ataque da história da Bundesliga, à frente de lendas como Gerd Müller e "Uli" Hoeneß, que fizeram 53 gols na temporada 1972/73.

Em 2009, ano do título histórico do Wolfsburg, além dos 28 tentos de Grafite, Dzeko balançou as redes 26 vezes. Isto é, juntos, eles fizeram 54 gols na Bundesliga. Se fossem um time, aliás, seriam o 8ª melhor ataque da competição na temporada. Números impressionantes, que o levaram à Copa do Mundo no ano seguinte na África do Sul.

Hoje no Recife, Grafite comanda o ataque do Santa Cruz na briga pelo acesso à Série A. Em sua volta ao Brasil após 10 anos no exterior, o atacante de 36 anos marcou gols importantes no Arruda e tornou-se o símbolo da campanha Coral rumo à redenção - o tricolor pernambucano jogou a quarta divisão nacional de 2009 a 2011.

Caso o Santa Cruz consiga o acesso à elite, Grafite fará história. Assim como fez com aquela "obra de gênio" pintada de calcanhar contra o Bayern de Munique, com o qual ele ganhou mas não levou o Prêmio Puskas 2009.

Fonte: Uol

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