quinta-feira, agosto 14, 2014

Trégua em Gaza será prolongada por 5 dias, dizem palestinos

ma interceptação de foguete pelo Domo de Ferro, sistema de defesa da Israel, é vista enquanto foguetes são lançados em direção a Israel nesta quarta-feira (13) (Foto: REUTERS/Amir Cohen)Os negociadores israelenses e palestinos concordam nesta quarta-feira (13), durante negociações realizadas no Cairo, em prolongar a trégua em vigor na Faixa de Gaza
por mais 5 dias, afirmou Azzam Ahmed, chefe da delegação do Fatah para as negociações no Cairo, segundo informam as agências de notícias internacionais.

Israel não fez até agora nenhum comentário oficial sobre o acordo anunciado. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o Hamas violou a trégua que estava em vigor e determinou que o Exército de Israel responda a disparos de foguetes que atingiram Israel nesta quarta. Por sua vez, Izzat Reshiq, autoridade do Hamas, acusou Israel de violar o novo período de trégua anunciado nesta quarta.

A trégua que estava em vigor na Faixa de Gaza começou nesta segunda-feira, às 00h01 local (18h01 de domingo no horário de Brasília) e deveria durar até as 18h desta quarta-feira (13).

No entanto, segundo o correspondente da BBC em Gaza, Kevin Connolly, ainda não está claro se o cessar-fogo será mantido após o anúncio dos ataques israelenses.

No entanto, cerca duas horas antes deste prazo, sirenes que alertam para a chegada de foguetes foram disparadas no sul de Israel, e a polícia local confirmou que pelo menos dois foguetes, supostamente disparados de Gaza, atingiram o sul do território, segundo informa a Reuters. O porta-voz do Hamas, que governa Gaza, negou que o grupo tenha disparado foguetes contra Israel.

Pouco depois, a Reuters divulgou que uma criança morreu e outras duas ficaram feridas em outro ataque de foguete que atingiu a cidade egípcia de el-Mattallah, ao sul de Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza, segundo fontes médicas e de segurança. A autoria deste ataque ainda não foi reportada.

O porta-voz da polícia de Israel, Micky Rosenfeld, afirmou que o foguete que caiu no país não causou danos nem deixou vítimas e que este foi o primeiro desde que entrou em vigor uma trégua de 72 horas, acordada no Cairo pelos dois lados e que acabaria às 18h desta quarta, pelo horário de Brasília.
Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, disse que o grupo "nega que houve qualquer foguete disparado do território ocupado nesta quarta-feira".

Nos últimos três dias, delegações de israelenses e de palestinos negociavam, em separado e mediadas por egípcios, uma solução duradoura para as cinco semanas de conflito na Faixa de Gaza, que custaram a vida de 1.940 palestinos - a maioria civis - e de 64 militares e três civis em Israel.
Uma autoridade egípcia e outra haviam afirmado anteriormente que o prolongamento da trégua foi acordado por mais 72 horas.
Azzam Ahmed disse à Reuters que a delegação palestina deve deixar o Cairo para consultas com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), em Ramallah, na Cisjordânia. Segundo o jornal israelense "Haaretz", a delegação israelense que estava no Cairo está voltando para Israel.
Os palestinos pretendem alcançar um acordo final nas próximas semanas, disse Ahmed.

Explosão acidental
Mais cedo nesta quarta, seis pessoas, incluindo um jornalista estrangeiro, morreram no norte da Faixa de Gaza no momento em que especialistas palestinos tentavam desativar um míssil israelense. Várias pessoas ficaram feridas.

Segundo o governo da Itália, o jornalista é o repórter italiano Simone Camilli. Segundo a imprensa italiana, Simone Camilli, de 35 anos, filmou há três anos um documentário sobre a Faixa de Gaza e trabalhava para vários meios de comunicação internacionais, incluindo a agência de notícias americana Associated Press.

O Papa Francisco observou um minuto de silêncio e de oração junto com cerca de 70 jornalistas que o acompanhavam a bordo do avião pela morte de Simone Camilli.
"Quero propor a vocês um minuto de silêncio e oração por Simone Camilli, que morreu em Gaza cumprindo seu dever", afirmou o pontífice, depois de condenar de novo a guerra e suas consequências durante a viagem que o leva para uma visita à Coreia do Sul.

A explosão ocorreu em Beit Lahiya, cidade ao norte da Faixa de Gaza que foi cenário de intensos confrontos entre forças israelenses e militantes palestinos. Três técnicos em explosivos que trabalhavam no míssil morreram.

De acordo com um correspondente da AFP, outro repórter local ficou gravemente ferido.

Fonte: G1

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