quinta-feira, agosto 14, 2014

Natal tem segunda pior sinalização de transporte público entre 25 cidades

Em frente ao campus central do IFRN, na avenida Salgado Filho, abrigo da parada de ônibus foi retirado. Na Via Costeira, usuários do transporte urbano enfrentam novos transtornos. Em alguns pontos, há sinalização, mas não existem abrigos. Foto: José AldenirA capital do Rio Grande do Norte tem a segunda pior sinalização de transporte público entre as principais cidades do país. Esse “pódio” foi obtido em uma pesquisa
da organização não-governamental Mobilize que trata de temas referentes à mobilidade urbana em todo Brasil.

O estudo analisou três fatores de sinalização no trânsito: para pedestres, para ciclistas e para transporte público. Neste último quesito isoladamente, apenas Manaus é pior que Natal. A capital amazonense conquistou 0,2 décimos. A cidade do sol ficou com 0,8 décimos. O mais gritante é que a escala de avaliação vai de 0 a 10 pontos.

Não precisa nem ir à periferia da cidade para verificar que em muitos pontos de ônibus não falta somente a sinalização. Em frente ao Campus Central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), na Avenida Senador Salgado Filho, o antigo abrigo da parada ônibus foi retirado recentemente.

Agora, só quem é bom observador, ou quem já utilizar o ponto de ônibus regularmente, sabe que na calçada do instituto há um ponto de ônibus. “Só tive a certeza que parada ainda era aqui porque tinha algumas pessoas e os ônibus estavam parando”, disse Elizangela Soares, técnica em geologia.

Ela estava no IFRN e foi em busca do ponto de ônibus mesmo com o prenúncio de chuva nos céus na manhã desta quarta-feira (14). “Quando eu saí, a chuva estava fininha. A sorte que não aumentou. Isso é horrível porque a gente paga tanto impostos, não tem abrigo, não tem informação sobre os ônibus que passam. Eu já moro aqui e conheço, mas quem vem de outra cidade tem dificuldade com certeza”, analisou.

Elizangela observa no seu cotidiano que informação nas paradas é um elemento raro. “Ali na [avenida] nove com a quatro eu pego ônibus todos os dias. Só tem uma placa dizendo que é ponto de ônibus, mas não diz quais”, acrescentou.

Na Via Costeira, onde tem placa não tem abrigo e onde tem abrigo não tem placa nas proximidades da entrada do bairro de Mãe Luíza. E nos dois pontos de parada não há informação alguma sobre as linhas que passam por ali. Além disso, o abrigo não protege da chuva fina que caia hoje pela manhã. A moradora de Mãe Luíza Sebastiana Freitas lutava contra o vento com seu guarda-chuva para se proteger da água, mesmo sob a “proteção de um abrigo”. “Deveria mesmo ser uma parada melhor. Nem com um guarda-chuva aberto a gente se protege. Com cobertura só tem essa parada aqui, as outras são todas descobertas”, disse.

Somando-se a pontuação dos três fatores analisados (sinalização para pedestres, ciclista e usuários de transporte público), Natal fica em 8º lugar – com 2,5 pontos – entre as 13 capitais destacadas pela pesquisa. No total, 25 cidades foram pesquisadas. O único aspecto bom a se destacar é que a capital do RN ficou à frente das vizinhas nordestinas, Maceió, Salvador e Fortaleza quando se analisa os três fatores juntos.

Novas tecnologias

De acordo com a ONG Mobilize, foram verificados itens informativos tanto nas paradas de ônibus quanto no interior dos veículos. Em Natal, o itinerário de ônibus foi afixado em algumas paradas de ônibus ainda na gestão passada do Prefeito Carlos Eduardo Alves. Mas atualmente os pontos de ônibus da Avenida Bernardo Vieira e da Ribeira foram completamente depredados há muito tempo. Sem manutenção, a população e principalmente turistas ficam no escuro quando se dirigem às paradas sem informação prévia.

Outra mobilidade que poucas cidades têm investido é na informação de itinerário por de novas tecnologias, como aplicativos em celular ou mesmo a simples medida de expor o itinerário das linhas de ônibus no site da Prefeitura. Mas numa cidade com uma nota risível como a de Natal, não era de se esperar que o poder público lançasse mão dessas alternativas para dar um alento ao já tão precário sistema de transporte.

O site da Prefeitura de Natal até tem um espaço destinado para oferecer informações sobre o percurso das linhas, mas desde meados da gestão de Micarla de Sousa a ferramenta está fora do ar. Ou seja, há quase quatro anos.

Fonte: Portal JH

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