segunda-feira, agosto 04, 2014

Trégua de 7 horas termina em Gaza; uma menina é morta em ataque a campo de refugiados

A trégua unilateral de sete horas promovida pelo governo de Israel na faixa de Gaza terminou às 11h desta segunda-feira (4, horário de Brasília) com o saldo de uma criança morta em bombardeios
israelenses no território e dois atentados terroristas em Jerusalém.

Minutos após o início dessa pausa, forças aéreas bombardearam uma casa no campo de refugiados palestinos Shati, na Cidade de Gaza, provocando a morte de uma menina de 8 anos e deixando cerca de 30 feridos, segundo autoridades palestinas.

Mais de três horas depois, ainda não havia declarações oficiais do lado israelense sobre o que havia ocorrido, embora o IDF (Forças de Defesa Israelenses, em inglês) tenha confirmado que executou o ataque ao campo Shati.

O cessar-fogo foi permitido somente às áreas onde Israel não tinha atividades militares em andamento. Em Rafah, por exemplo, no sul da faixa de Gaza, não foram interrompidas as operações do Exército israelense.

O agricultor Ahed Marouf, 30, acompanhado da mulher e três filhos, aproveitou o período de trégua para ir até sua casa em Beit Lahiya, na parte norte de Gaza, perto da fronteira com Israel, mas o que ele e a família encontraram pelo caminho --um amontoado de vidros quebrados e escombros—provocou desânimo e insegurança.

"Não era seguro", disse Marouf à Reuters. "Em nossa casa, as janelas estavam destruídas. Não há eletricidade nem água."

O agricultor decidiu retornar ao abrigo temporário da ONU, em uma escola perto do campo para refugiados em Jabalya.

Logo após o fim da trégua, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou que a ofensiva só terminará  "quando a calma e a segurança estiverem restabelecidas aos cidadãos de Israel por um longo período".

Aparentemente respondendo a críticas internacionais, Netanyahu afirmou que "não há intenção de atacar os moradores de Gaza" e que o Hamas e outras organizações terroristas palestinas já sofreram um "golpe severo".

"Na prática, é o Hamas que os [civis] está atacando e negando a eles a ajuda humanitária. Eu acho que a comunidade internacional precisa condenar fortemente o Hamas e pedir, assim como nós, que a reabilitação de Gaza seja ligada à sua desmilitarização."

Enquanto isso, representantes do Hamas e do Jihad islâmico participaram de uma primeira reunião oficial no Cairo com os mediadores egípcios do conflito. O objetivo é chegar a um acordo para um cessar-fogo temporário, mais longo. O encontro durou cerca de duas horas, mas ainda não houve pronunciamentos a respeito dos resultados.

A ofensiva militar israelense contra o grupo radical islâmico Hamas entrou hoje em seu 28º dia. De acordo com autoridades de saúde em Gaza, mais de 1.800 palestinos foram mortos e 9.000 ficaram feridos. No total, 10 mil casas teriam sido destruídas com os bombardeios e ações em terra. Do lado israelense, 64 soldados e três civis morreram desde o início dos recentes conflitos.

Ataque em Jerusalém
Durante o período de trégua, um homem jogou uma escavadeira contra um ônibus em Jerusalém, em um episódio que foi classificado pela polícia israelense como um atentado terrorista que deixou diversos feridos. O motorista da escavadeira foi morto pela polícia.

Também morreu um pedestre que foi atropelado pela escavadeira pouco antes do incidente. O jornal israelense "Haaretz" publicou uma foto e também um vídeo da rua onde o ônibus foi atingido, no bairro de Shmuel Hanavi, de judeus ultraortodoxos.

Uma porta-voz da polícia, Luba Samri, afirmou que a vítima é um judeu ultraortodoxo de 25 anos, morador de Jerusalém, e que o condutor da escavadeira é um palestino de Jabal Mukaber, em Jerusalém Oriental.

Em outro incidente momentos mais tarde, um homem foi ferido a tiros em um ponto de ônibus perto da Universidade Hebraica de Jerusalém por um motociclista que passou pelo local e abriu fogo. A polícia tenta localizar e prender o suspeito.

Fonte: Uol

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