segunda-feira, junho 02, 2014

Com 35 votos de maioria, Agripino derrota tentativa de reeleição de Rosalba

10361036_651458991605862_277032749889990101_nA proposta de reeleição da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) foi derrotada por 45 votos a 10, durante reunião do Diretório Estadual do DEM, na manhã desta segunda-feira. “É uma etapa
democrática de manifestação do partido político, que, em caso de definições conflituosas, com relação ao caminho a seguir, tem instâncias partidárias”, afirmou o presidente do DEM, após o escrutínio. Agora, a posição majoritária do DEM será levada à reunião da Executiva Estadual, no dia 15 de junho, data aprazada para a convenção estadual que irá deliberar sobre as eleições deste ano.

A governadora Rosalba Ciarlini esteve na reunião, junto com seu grupo político, mas deixou a sede do DEM antes do término da votação. O encontro foi marcado por clima tenso. De um lado, a tese de candidatura própria da governadora à reeleição. Do outro, a iniciativa de lançar apenas candidaturas para as eleições proporcionais, de deputado federal e estadual. Venceu, por ampla maioria de votos – 75% – a ideia de candidatura apenas na proporcional.

Segundo Agripino, o resultado traduz o sentimento do Democratas, expressado por prefeitos, figuras eméritas, deputados, governadora, ex-deputados, figuras emblemáticas da legenda. “É a expressão da vida do partido, pessoas indicadas por todos, figuras históricas como Manoel de Brito, Genibaldo Barros, vários prefeitos, é uma síntese da expressão do Democratas no Rio Grande do Norte”, afirmou.

A reunião do diretório estadual do Democratas contou com a presença de familiares tanto do senador Agripino, que chegou acompanhado da esposa, Anita Maia, e do filho, o deputado federal Felipe Maia, como da governadora Rosalba, com o marido, o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, o filho, Cadu Ciarlini, e a irmã, Ruth Ciarlini. À exceção de Cadu, todos também integram o diretório estadual.

A governadora Rosalba Ciarlini deixou a reunião acompanhada do ex-deputado Carlos Augusto Rosado e do ex-deputado federal Ney Lopes. Antes, ela fez uma exposição. Lembrou a condenação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), defendeu que há um recurso tramitando no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e defendeu a reeleição.

No encontro, Rosalba defendeu para hoje apenas “discussão”, pleiteando que a votação sobre o destino do partido ocorresse na convenção. No entanto, foi voto vencido, razão que teria levado ela a deixar o encontro. Foi definido pelos integrantes do diretório, presidido pelo senador José Agripino, que o encontro de hoje traria a votação sobre o destino da legenda.

A reunião foi fechada, mas, segundo relatos, Rosalba disse que não poderia abortar o projeto de reeleição neste momento. Durante exposição, a governadora, visivelmente emocionada, chorou, ao lembrar as “lutas” e das “dificuldades” e defendeu o direito de ser candidata à reeleição. Ela destacou que precisa defender o seu governo e deve ser candidata a reeleição.

Ao deixar a reunião, Carlos Augusto Rosado disse que a decisão final do partido será na “convenção”. Ele confirmou que irá levar a tese de reeleição para o dia 15 de junho. O ex-deputado federal Ney Lopes deixou a reunião e disse que “houve cassação branca”.

Depois do discurso emocionado da governadora Rosalba Ciarlini, o senador José Agripino Maia falou. Ele disse que sempre teve “gesto de lealdade com a governadora e com todos do partido”. O presidente do DEM lembrou que foi responsável por trazer o apoio do PMDB e do PR para o governo Rosalba. “Eu tentei criar um arco de aliança”, disse José Agripino.

O deputado federal Felipe Maia disse que a defesa é pela sobrevivência do partido e pela renovação dos mandatos de todos. “Ninguém é contra ou a favor de Rosalba, somos favoráveis a algo maior, que é o nosso partido. Estamos reunidos para deliberar pela sobrevivência”, afirmou, de acordo com relatos.

Felipe afirmou ainda que o DEM precisa recuar para crescer. Ao defender a não candidatura da governadora Rosalba Ciarlini, ele disse que a legenda precisa “voltar mais forte”. “Nossa história não pode se acabar em 2014, temos que recuar para voltarmos mais fortes. Vamos pensar no partido, vamos tirar os projetos individuais”, destacou.

Rosalba diz que disputa irá para a convenção

A governadora Rosalba Ciarlini externou na manhã de hoje, momentos antes de encontrar-se com o senador José Agripino, presidente nacional do DEM, que independentemente do resultado da reunião com integrantes do Diretório Estadual do partido, que levará a decisão de ser candidata ou não à reeleição, para a convenção do Democratas que ocorrerá no próximo dia 15. “A minha expectativa é de união, mas se não tivermos êxito a convenção é quem decidirá”, disse a governadora.

O ex-deputado Ney Lopes afirmou que existe um “complô” dentro do DEM. Questionado sobre quem estaria articulando esse complô contra a governadora, Ney Lopes afirmou: “é feito por quem tem interesse de afastá-la da vida pública”. Vários filiados do DEM compareceram à reunião dos Democratas, entre eles, os chamados integrantes do “lourismo”, um grupo de pessoas fieis aos princípios do então governador Tarcísio Maia, pai do senador José Agripino. Estiveram lá: Genibaldo Barros, Manoel de Brito, Marcílio Carrilho, Manoel Pereira, João Batista de Paiva, Demétrio Torres, José Bezerra Júnior, Bira Rocha Célio Dias, entre outros.

A ex-prefeita de Mossoró, Cláudia Regina e os deputados Leonardo Nogueira, Getúlio Rêgo, José Adécio e Felipe Maia, também compareceram à reunião do DEM, mas todos reservaram ao direito de não falar. Apenas aguardar o resultado da votação. “Tem dia de falar e dia de calar. Hoje é dia de calar”, disse Getúlio Rêgo, enquanto Felipe Maia continuou defendendo a mesma tese de que a governadora deve apresentar os partidos que fará aliança para viabilizar sua reeleição.

Agripino não acredita que Rosalba reverta na convenção

Ao ser instado a falar sobre a insistência da governadora Rosalba Ciarlini, de levar para a convenção do DEM, no próximo dia 15, a proposta de candidatura dela à reeleição, o presidente do DEM, senador José Agripino, disse que é um direito que assiste à governadora, entretanto, destacou que o resultado da reunião do diretório, que deu preferência de 75% do partido para a prioridade às candidaturas proporcionais, “fala mais alto”. Por este motivo, ele não acredita que Rosalba reverta derrota de hoje na convenção.

“É um direito que ela tem. Muito embora na reunião tenha ficado claro porque declarei na reunião lá em casa que Carlo Augusto Rosado tinha dito na presença do deputado José Adécio, do deputado Felipe, que entenderia o resultado de hoje como resultado definitivo. Eu disse e ele não contestou. É um direito legal, podem até não cumprir o que disseram. Democracia é isso”, afirmou Agripino.

Instado a dizer se a postura de insistência da governadora estaria representando um desgaste para a imagem do partido, o senador Agripino disse que (o desgaste) é consequência. “Agora é um direito dela (expor o partido ao desgaste). É como foi dito na reunião, em fevereiro. É um processo saudável, não. Mas a democracia determina que em casos de não convergência, há instância para dirimir, porque a presunção de não convergência é coisa de esse esperar”, disse. “Estamos vivendo um processo inédito de ausência de convergência. Bom para o partido pode não ser. Mas pode revigorar, acender o espírito participativo, de posicionamentos. Melhor é que não estivesse acontecendo”, frisou.

Reprodução Cidade News Itaú via Portal JH

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