segunda-feira, junho 02, 2014

Organização criminosa orquestrou morte de italiano em Natal, diz polícia

Italiano Enzo Albanese, 42 anos (Foto: Canindé Pereira/Assessoria do Alecrim)Uma organização criminosa está por trás da morte do italiano Enzo Albanese, de 42 anos - dirigente da comissão técnica do time Alecrim Rugby, de Natal, assassinado a tiros no dia 2 de maio em Capim Macio, na zona Sul da cidade. Três pessoas foram
presas por envolvimento no crime. O mentor, segundo a polícia, é o italiano Pietro Ladogana, de 43 anos, detido na noite da última quinta-feira (29) no aeroporto de Fiumicino, em Roma, quando tentava embarcar para o Brasil. Em Natal, foram presos um policial militar, apontado como o executor do homicídio e a ex-mulher de Pietro, chamada Tâmara Ladogana. Há indícios de que uma organização criminosa, supostamente comandada por Pietro, tenha ligação com a máfia italiana.

A operação foi batizada de 'Pedra de Fogo' - uma alusão ao nome do principal suspeito do crime, Pietro, versão italiana do nome Pedro, que significa pedra. O 'fogo' é porque os suspeitos passaram a 'queimar' (matar) as testemunhas que estavam delatando a suposta organização. A Polícia Civil apreendeu um total de 145 mil euros - equivalente a mais de R$ 400 mil. Outros R$ 35 mil em espécie estavam com uma testemunha, que iria ser usada para retroalimentar o esquema fraudulento operado pela organização.

Parte do dinheiro,120 mil euros, estava escondido no corpo de Pietro Ladogana quando o suspeito tentava embarcar no aeroporto de Fiumicino. Também foram apreendidos vários animais de raça e um caminhão em uma das fazendas administradas pela organização, em Ielmo Marinho, além de cinco carros, sendo quatro deles importados. Um deles é um Corolla de cor Prata, que teria sido utilizado no dia da morte de Albanese.

O delegado Raimundo Rolim, da Delegacia Especializada de Homicídios, detalha que o mentor do crime comandava uma organização criminosa que administrava pelo menos 10 empresas de fachada para cometer crimes, principalmente lavagem de dinheiro. "As empresas atuavam aparentemente na legalidade, mas eram utilizadas para fraudes, estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e outros crimes. Eles atuam em Natal, Extremoz, Ceará-Mirim e Ielmo Marinho", afirma Rolim. A organização criminosa pode ter ligação os Casalesi, um clã mafioso que atua na Itália.


Três carros de luxo foram apreendidos na operação Pedra de Fogo (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)Três carros de luxo foram apreendidos na operação Pedra de Fogo (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)

A motivação do crime se deu porque a vítima teria descoberto e denunciado a fraude de uma dessas empresas administradas por Pietro Landogana. A Empresa é a Globo Construções LTDA, que teria adquirido a Fazenda Telha, localizada em Ielmo Marinho. A propriedade foi transferida ilegalmente para laranjas e depois para Pietro. “Enzo era procurador de um dos sócios da empresa, fazendo a cobrança de alugueis de imóveis. Ele descobriu o esquema fraudulento e denunciou a um dos sócios dessa empresa cerca de um mês antes de seu assassinato. Após a denúncia, ele passou a receber ameaças de morte, uma delas do policial Alexandre Douglas”, detalhou Rolim.

A vítima chegou a registrar um boletim de ocorrência e denunciou as ameaças a sócios da empresa. O delegado Raimundo Rolim não descartou a participação de outros envolvidos no crime. “Outras pessoas estão sendo investigadas e possivelmente poderemos efetuar mais prisões relacionadas a esse homicídio”, concluiu.


Dinheiro foi apreendido na operação Pedra de Fogo (Foto: Kléber Teixeira/Inter Tv Cabugi)Dinheiro foi apreendido na operação Pedra de Fogo (Foto: Kléber Teixeira/Inter Tv Cabugi)

Reprodução Cidade News Itaú via G1

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