domingo, abril 13, 2014

Revista publica novas denúncias envolvendo ex-diretor da Petrobras, doleiro e construtora

 Blog Cidade News ItaúDenúncias publicadas neste sábado (12) pela revista Época revelam novas ligações entre o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e a construtora Delta. Paulo Roberto e Yousseff foram presos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, em 20 de março. Eles são suspeitos de operar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões em quatro anos.

Os documentos apreendidos nesta sexta-feira (11) na sede da Petrobras, no Rio, já estão na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. É segunda etapa da Operação Lava Jato, que apura lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A empresa Ecoglobal é uma das investigadas, como mostrou o Jornal Nacional. A Ecoglobal ganhou a concorrência em 2013 para prestar serviços para a Petrobras no valor de R$ 444 milhões durante quatro anos. Logo depois, a empresa passou por uma negociação. Os interessados na compra da Ecoglobal eram a Sunset Global, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, e a Quality Holding, do doleiro Alberto Youssef. Os dois foram presos na Operação Lava Jato. Por 75% das ações, os compradores pagariam R$ 18 milhões. O negócio não foi fechado.
Neste sábado (12), o dono da Ecoglobal, Vladmir Magalhães, disse que precisava de parceiros que fizessem investimentos de R$ 100 milhões para honrar o contrato com a Petrobras. E que as empresas se mostraram interessadas com a condição de comprar parte da Ecoglobal. Ele negou conhecer Paulo Roberto Costa. “Não conheço o Paulo Roberto da Costa, não conheço nenhum destes indivíduos e nem quero conhecer", garante.
Magalhães afirmou que desistiu do negócio ao saber que as empresas tinham envolvimento com Alberto Youssef: "Verificamos que, em uma dessas empresas, havia o nome do Youssef. Aí, eu disse a eles que, com esse tipo de gente, não faria negócio".
A revista Época publicou neste sábado (12) uma reportagem fazendo a ligação entre a Operação Lava Jato e outra mais antiga, a Saqueador. Os nomes do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa estão novamente envolvidos. As investigações apontam agora indícios de que o ex-diretor da Petrobras tenha recebido propina para assinar o contrato com a empreiteira Delta, que ficou responsável por parte das obras do Comperj - Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. É a maior obra em andamento da Petrobras e está com mais de três anos de atraso.
Segundo a Época, em 2010, quando ainda era diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa assinou dois contratos com a Delta no valor de R$ 840 milhões. A Polícia Federal descobriu que a Delta repassava dinheiro desviado de contratos públicos para 21 empresas fantasmas localizadas em Goiás e em São Paulo. A revista afirma que duas delas, a JSM Engenharia e Terraplanagem e a Rockstar Marketing,  aparecem em uma planilha como prováveis pagadoras de propina no esquema operado por Alberto Youssef, ligado a Paulo Roberto.
Estas empresas teriam pago R$ 1,5 milhão para a MO Consultoria, uma empresa de fachada que, de acordo com a Polícia Federal, pertence a Alberto Youssef. Segundo a reportagem, os investigadores suspeitam que a MO fazia pagamentos a Paulo Roberto Costa.
A Petrobras rescindiu o contrato com a Delta em 2012. A empresa é suspeita de desviar dinheiro público para empresas fantasmas criadas pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, que também foi alvo de uma CPI no Congresso.
A Petrobras não quis comentar a reportagem da revista Época e informou que está colaborando com as investigações da Polícia Federal. A empresa informou, também, que o contrato com a Ecoglobal só passa a vigorar em julho e, até agora, não houve qualquer desembolso.
O advogado de Paulo Roberto Costa disse que seu cliente prestou consultoria a Alberto Youssef para a aquisição da Ecoglobal, mas negou ter participado na negociação. Ele afirmou, também, que não existe qualquer ligação de Paulo Roberto com a empreiteira Delta.

A Delta, por sua vez,  afirmou que só vai se pronunciar se a investigação for encaminhada à Justiça e negou relacionamento com diretor ou ex-diretor da Petrobras.

O advogado de Alberto Youssef informou que desconhece investigação que relacione seu cliente à Delta. E disse que, como a compra da Ecoglobal não se concretizou, não houve crime.

Reprodução Cidade News Itaú via Jornal Nacional

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