segunda-feira, março 24, 2014

Del Monte anuncia demissões e pode deixar Rio Grande do Norte

 Blog Cidade News ItaúGrande produtora de bananas, a multinacional estadunidense Del Monte Fresh Produce anunciou na última semana que deve demitir 6,2 mil pessoas no Rio Grande do Norte
e no Ceará, e pode fechar suas unidades no estado potiguar. As revelações foram feitas pela imprensa natalense. Números específicos quanto aos dois Estados não foram divulgados. A empresa tem plantações em três municípios potiguares.
 “Já estamos aqui há 12 anos e podemos dizer que é muito complicado exportar do Brasil”, disse Sérgio Camacho, gerente-geral da companhia, em entrevista ao jornal Tribuna do Norte.
O JORNAL DE FATO tentou contato com a cúpula da empresa por dois dias, sem sucesso.
Na semana anterior, a Del Monte havia anunciado que deixaria de exportar e se concentraria no mercado brasileiro, com foco na produção de banana para o Estado de São Paulo (para onde é destinada 95% de sua produção no mercado interno), para Manaus e com estratégias montadas para entrar na Bahia.
Dificuldades eram anunciadas ao governo potiguar desde 2008, embora Tarcísio Dantas, secretário de Estado da Agricultura, tenha dito não ter sido procurado neste ano por representantes da empresa para discutir o assunto.
A Del Monte mantém dez fazendas na região do Vale do Açu, com 1.450 hectares de área plantada e, de acordo com a Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM), teve um escritório na capital do Oeste, que já foi um de seus polos. O espaço, contudo, foi fechado há alguns anos.
O gerente-geral informou à Tribuna do Norte que a área de plantio de banana na região Oeste Potiguar deve diminuir 38% até junho, passando dos mais de mil hectares mencionados para 900. O número de fazendas cairá para apenas quatro.
Entre as dificuldades, Camacho disse que estariam o alto custo de insumos e as dificuldades na liberação de agroquímicos no RN e no CE, o que colocaria a empresa em desvantagem frente a concorrentes externos. “A Del Monte não pode sair arcando com essa situação negativa”.
Ademais, o mercado europeu, principal consumidor externo da fruticultura brasileira, também estaria mais oneroso, por causa da difícil situação financeira da maioria de seus países-membro.
Sílvio Torquato, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, disse ao Jornal de Hoje, também de Natal, que não foi procurado pela empresa, mas que respeita sua decisão. Segundo ele, o Estado “nada pode fazer além de isentar a cobrança de ICMS”, o que, diz o secretário, já é feito.
Luiz Roberto Barcelos, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN (COEX), declarou, em entrevista a Tribuna do Norte, que as dificuldades da Del Monte são basicamente as mesmas pela qual todo o setor de fruticultura nacional passa.
Para ele, a solução seria estabelecer um acordo de livre comércio com a União Europeia-Brasil. O pacto está em andamento, mas encontra dificuldades porque o País precisa negociar tais ações com o Mercosul, na qual nem todas as nações concordam inteiramente com o projeto. “Hoje, existe uma taxação, um imposto sobre frutas brasileiras. Isso tira a competitividade da gente”, argumentou Barcelos.

Reprodução Cidade News Itaú

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