sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Governo e oposição assinam acordo para tentar encerrar crise na Ucrânia

21/2 - Policiais de Lviv se apresentam na Praça da Independência, em Kiev, ao se juntarem a manifestantes para protestar contra o governo (Foto: David Mdzinarishvili/Reuters)O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, e três líderes da oposição assinaram nesta sexta-feira (21) um acordo para tentar encerrar a crise política que
transformou o centro de Kiev em uma zona de guerra e deixou dezenas de mortos no país nos últimos dias.
O acordo inclui eleições antecipadas, uma reforma constitucional e um governo de unidade nacional. Leia os principais pontos.
Sua assinatura, no palácio presidencial, foi testemunhada por dois chanceleres da União Européia que ajudaram nas negociações.
Mais cedo, Yanukovich anunciou que o país terá eleições presidenciais antecipadas e irá voltar à Constituição de 2004, que reduz os poderes presidenciais e amplia os do Parlamento.
Yanukovich também anunciou o início do processo para a formação de um "governo de unidade", em uma tentativa de solucionar a violenta crise política com a oposição pró-europeia, que deixou dezenas de mortos nos últimos dias.
O texto não dá uma data para as eleições antecipadas, mas elas devem ser realizadas ainda em 2014, segundo o ministro das relações exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Segundo ele, a Alemanha, a França e a Polônia conclamam as partes a terem coragem e pedem um fim imediato da violência.
Parlamento
Ao mesmo tempo, o parlamento votou, por grande maioria, em favor de voltar à Constituição de 2004, como parte do acordo para encerrar a crise.
O texto limita os poderes presidenciais, dando aos parlamentares, por exemplo, o direito de escolher os ministros.
Os parlamentares também votaram pela anistia incondicional de todos os detidos ou que pudessem ser processados por relação com os protestos de rua.
cronologia ucrânia vale esta 2 (Foto: 1)
Essas votações ocorreram dentro do acordo firmado nesta sexta.
O parlamento também votou pela demissão do ministro do Interior, Vitaly Zakharchenko, por causa da violência durante os protestos. Sua saída é considerada uma vitória dos manifestantes.
'Desafio'
A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, celebrou a assinatura do acordo, mas afirmou que sua implementação vai ser "um desafio".
Ela afirmou que a União Europeia e a Rússia concordam em que a violência deve parar no país, para assegurar um "futuro estável".
Ela também disse que a eleição presidencial deve ser realizada no seu tempo próprio, e não necessariamente em "semanas".
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, pediu a aplicação do acordo. "O acordo é um compromisso necessário para iniciar o indispensável diálogo político que permita à Ucrânia sair da crise. Agora todas as partes têm a responsabilidade de passar das palavras ao atos", disse.
 Onda de violência
O país mergulhou numa onda de manifestações crescentemente violentas depois que o governo de Yanukovich desistiu de assinar, em 21 de novembro de 2013, um acordo de livre-comércio e associação política com a União Europeia, argumentando que decidiu buscar relações comerciais mais próximas com a Rússia, principal aliada ucraniana.
Os protestos da oposição pró-europeia  levaram a inúmeros confrontos que transformaram o centro de Kiev em uma praça de guerra -com a Praça da Independência ocupada há três meses por manifestantes- e que deixaram ao menos 77 mortos na capital apenas nas últimas 24 horas.
A antecipação das eleições foi negociada com três chanceleres europeus que realizam uma mediação entre o governo ucraniano e a oposição: o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, e seus colegas alemão, Frank-Walter Steinmeier, e polonês, Radoslaw Sikorski.
A pressão sobre Kiev aumentou quando Alemanha, Estados Unidos e Rússia se pronunciaram por "uma solução política" para a crise, que está criando uma tensão digna da Guerra Fria entre Moscou e os governos ocidentais. "É preciso cessar o banho de sangue", disse um comunicado de Berlim.
Risco
A agência de classificação financeira Standard & Poor's rebaixou nesta sexta-feira a nota da Ucrânia após a violência dos últimos dias, que pode prejudicar o apoio financeiro russo e a solvência do país.
A nota da Ucrânia caiu para CCC, que corresponde a um país próximo da falta de pagamento. A perspectiva é negativa, o que significa que a agência pode rebaixar novamente a classificação a curto ou médio prazo.

21/2 - Policiais de Lviv se apresentam na Praça da Independência, em Kiev, ao se juntarem a manifestantes para protestar contra o governo (Foto: David Mdzinarishvili/Reuters)

Reprodução Cidade News Itaú

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