terça-feira, fevereiro 04, 2014

Caixa vai acionar Justiça para retirar invasores de conjunto do Minha Casa Minha Vida


 Blog Cidade News ItaúMais de 300 casas foram invadidas no conjunto Santa Júlia, entre os bairros Santa Delmira e Redenção. Por volta das 19h30min do sábado (1), cerca de 60 famílias invadiram
o almoxarifado onde as chaves estavam guardadas e iniciaram a ocupação das residências no local. O gerente da Interfort, empresa de segurança responsável pelo local, Hélio Lopes, alega que a equipe de vigias não teve como resistir à invasão popular.

“Era muita gente. Caminhões, carros e o povo em si. Não tinha como fazer nada, a Polícia Militar chegou e também não conseguiu impedir. Eles já foram ao painel, onde estava direcionada onde se localizavam as casas, pressionaram a vigilância e daí começou a distribuição das chaves. Jogaram até chaves nas ruas e o povo foi invadindo”, declarou o gerente.

As casas foram rapidamente ocupadas e até mesmo as residências que não estavam prontas também foram invadidas. Uma alegação popular é de que as obras estavam abandonadas, porque as obras paralisaram desde 2012. A assessoria de comunicação da Caixa Econômica Federal aponta que isso aconteceu para ajustes de projetos, como drenagem e calçamento e as obras serão entregues até julho, para ser entregues as pessoas cadastradas no Programa Minha Casa, Minha Vida, através da secretaria de desenvolvimento urbano.

O secretário de desenvolvimento, Galttieri Tavares, foi procurado pela reportagem do DEFATO.COM, mas viajou à Brasília neste domingo (2), para se reunir com a gerência nacional da Caixa e estava com o celular desligado. A assessoria da Caixa Econômica Federal aponta que as obras estão sendo construídas com recursos federais e, por isso, a Justiça Federal será acionada para que a Caixa tenha a reintegração das posses.

Mas não será uma tarefa fácil a desocupação dessas casas. Os ocupantes alegam terem grande necessidade financeira e querem ter direito a receber uma casa. A dona-de-casa Maria Iva afirma que está cadastrada há mais de três no programa Minha Casa, Minha Vida e nunca foi beneficiada.

“Estou desde o começo do programa Minha Casa, Minha Vida. Agora eu só saio da casa quando resolverem a minha situação. É um absurdo as condições que eu moro. Moro em um quarto com o meu marido e quatro filhos”, declarou Maria Iva.

A desempregada Altamira Assis afirma que mora de favor em um colchão de solteiro dividido com o marido e a filha. Ela chegou atrasada no local e ocupou apenas o banheiro dos operários da obra, onde está dormindo com a sua família e alega que só desocupa quando receber uma casa. “A renda que eu tenho é 50 reais por semana, que o meu marido tira com bicos. Não recebo bolsa-família, não estou no Programa do Leite, não recebo nada. Ou resolvem agora minha situação, ou não saio”, ressaltou a ocupante.

O assessor parlamentar do vereador Alex do Frango, Bruno da Silva, afirma que soube da informação no domingo pela manhã e foi ocupar uma residência porque mora de aluguel. “Soube pela manhã de domingo, que as chaves dessas casas estavam sendo distribuídas. Eu e um monte de gente saímos do Espetinho do Davi e pegamos as chaves. Fomos procurando as chaves e encontrando as casas. Quem começou isso, eu não sei, mas peguei a caixa com as chaves e ocupei”, disse o assessor.

O servidor estadual William Alisson afirma que não deseja pegar uma casa, mas esteve presente no local para apoiar a população, afirmando que é um direito de todo cidadão a moradia e alega que os Governos Estadual e Municipal pararam de realizar esse assistencialismo.

“Antes tinham programas como o Minha Casa, que dava casas para os mais necessitados e hoje não vemos mais esses programas. Então, é uma forma da população manifestar o direito de ter um teto para morar. Estou aqui para apoiar e espero que os Governos voltem a dar casa para quem precisa”, alegou o servidor.

Há também muita gente alegando ter direito a uma casa, por viver em condições precárias, mas não recebeu chaves. No entanto, muitos populares também revelam que as casas estão sendo comercializadas pelos ocupantes, por preços que chegam a R$ 2 mil, mas que em alguns casos só por valores simbólicos, já que não existe qualquer garantia de que a casa vai ser repassada para os ocupantes. “Vi gente vendendo de 50 reais”, falou uma testemunha. A reportagem do DEFATO.COM registrou ainda pessoas com carros e outros pertences ocupando as casas populares.

Em video, moradores explicamo como foi a invasão


Reprodução Cidade News Itaú

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