segunda-feira, novembro 11, 2013

Casas em Pedra Preta, RN, não irão desabar com tremores, afirma Crea

O piso rachou em muitas casas de Pedra Preta com sequência de tremores  (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)O laudo realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea/RN) na cidade de Pedra Preta, a 149
quilômetros do Rio Grande do Norte, constatou que não houve comprometimento na estrutura das casas do município. No entanto, na vistoria, os engenheiros encontraram grande número de fissuras e rachaduras nos imóveis da região, que desde o dia 25 de outubro já registrou mais de 600 tremores de terra. A informação foi confirmada ao G1 pelo engenheiro Gerson Ricardo Oliveira, um dos responsáveis pela vistoria.
Segundo Gerson, o resultado do laudo foi feito com base em constatações visuais. "Fizemos uma visita de constatação. Não dispomos de meios para um veredicto mais circunstanciado, por isso o relatório foi feito com base em constatações visuais. Encontramos, em geral, algumas casas com grande número de rachaduras, tanto na zona urbana quanto na zona rural da cidade", explicou o engenheiro.

Mapa de Pedra Preta, no RN (Foto: G1)Mapa de Pedra Preta, no RN (Foto: G1)
Ainda segundo o engenheiro, o laudo foi solicitado pela Defesa Civil do RN, cabendo à ela realizar possíveis verificações e a necessidade de interdições. "Foi nos solicitado pela Defesa Civil essa vistoria. Não podemos realizar nenhuma interdição, apenas recomendações. Mesmo com as rachaduras, não há estruturas comprometidas. Com o resultado apurado no laudo, a Defesa Civil fica responsável por fazer as intervenções que julgar necessárias", disse ele.
O laudo ainda sugere que qualquer intervenção nas casas onde foram verificadas fissuras deve ser feita com o acompanhamento e supervisão de um profissional, no caso, um engenheiro credenciado pelo Crea. "Hoje não há risco às estruturas. Sugerimos que qualquer intervenção que seja necessária em algum imóvel do município seja feita com o acompanhamento de um engenheiro".
No último domingo (10), foi registrado um novo tremor no município, às 21h49 (horário de Brasília), de magnitude 1.6.
De acordo com o pesquisador Joaquim Ferreira, do Laboratório Sismológico da UFRN, a causa dos abalos em Pedra Preta é a formação geológica do estado. "Todo o Rio Grande do Norte está na borda da bacia potiguar que é uma região que é a mais ativa do Brasil. Por isso, acontecem esses tremores", diz.
Pedra Preta fica localizada na região Central do Rio Grande do Norte, tem 2.600 habitantes, de acordo com o Censo 2010 do IBGE. Destes, 70% residem na zona rural. A cidade é pacata e quase todo mundo se conhece. Em todo o município, há sete escolas: cinco na zona rural e duas na cidade. Uma igreja católica, duas evangélicas e um centro espírita dividem a fé dos moradores. Os postos de saúde são três. A cidade conta com um ponto de apoio para a Polícia Militar, mas não tem delegacia. Cinco policiais se revezam na segurança do município.

População ainda está assustada 

A equipe de reportagem do G1 passou a noite na cidade no últimdo dia 6 e constatou que os moradores já não dormem nas calçadas ou nas áreas de casa como na noite do 31 de outubro, quando a cidade foi atingida por 10 tremores de terra consecutivos entre 20h e 23h. Uma medida mais simples foi adotada para facilitar a fuga, caso seja necessário: as portas não ficam trancadas durante toda a noite. “Se precisar correr, a porta já vai estar aberta. Fica mais fácil assim”, diz o funcionário público Francisco Jair Pereira, de 48 anos.
Há, no entanto, quem adote medidas mais drásticas, como a família do caminhoneiro Cícero Avelino, de 60 anos, que decidiu há mais de uma semana dormir na carroceria de um caminhão.
Apesar dos abalos, a rotina da cidade não foi alterada. Escolas, postos de saúde, comércios, prefeitura: tudo continua funcionando normalmente. A única medida adotada foi autorizar a liberação dos alunos em dias de tremores fortes.
A professora Jane Meire Trajano, de 30 anos, que dá aulas para uma turma do 1º ano, conta que os alunos ficam agitados e nervosos quando há um abalo sísmico mais forte. Ela confidencia que também fica assustada, mas tenta disfarçar a tensão para não amedrontar ainda mais os alunos. “Eles ficam muito nervosos, alguns gritam, outros choram. No primeiro tremor forte eles correram desesperados. Eu tento demonstrar que estou tranquila para tentar acalmá-los, mas dá bastante medo, sim. Agora nós já conseguimos sair da sala com mais calma em dia de tremor”, afirma.

Reprodução Cidade News Itaú

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