quinta-feira, outubro 03, 2013

Sobe para 114 número de imigrantes ilegais mortos em naufrágio na Itália

Subiu para 114 o número de imigrantes ilegais que morreram após o naufrágio da embarcação na qual viajavam 500 pessoas que tentavam chegar à ilha de Lampedusa, no sul da Itália, nesta quinta-feira (3).

Segundo a Guarda Costeira da Itália, mergulhadores encontraram nas últimas horas mais 20 corpos próximos ao barco.

"Mergulhadores encontraram a embarcação a uma profundidade de 40 metros, no fundo do mar. Eles ainda precisam procurar por corpos dentro do barco", afirmou a comandante Floriana Segreto.

Os mergulhadores estão esperando que as condições climáticas melhorem para resgatar mais corpos.

Um homem de nacionalidade tunisiana, suspeito de ser um dos responsáveis pela embarcação, foi detido pela polícia.

"Trata-se de uma tragédia imensa", afirmou a prefeita da ilha, Nicolini,Giusi, que explicou que os sobreviventes relataram que estavam há várias horas em alto-mar e que não conseguiram pedir ajuda, por isso decidiram acender uma chama para serem localizados.

A embarcação pegou fogo logo depois e muitos imigrantes tiveram que se lançar ao mar e, por fim, o barco virou, acrescentou a prefeita.

"É um horror. Não param de chegar barcos cheios de corpos. Os meios de comunicação têm que vir aqui para ver isso. É impressionante", acrescentou a prefeita entre lágrimas enquanto falava por telefone com algumas emissoras de televisão.

Giusy disse também que as autoridades não sabem o que fazer "nem com os mortos nem com os vivos". Segundo a prefeita, os corpos estão sendo colocados em um cais da pequena ilha enquanto se procura outro lugar para armazenar os mortos.

O Conselho de Ministros da Itália foi convocado para às 17h30 locais (12h30 no horário de Brasília) para declarar luto nacional devido ao naufrágio.

A situação também é dramática no abrigo de imigrantes de Lampedusa, onde estão alojados atualmente 1.350 pessoas, para uma capacidade de cerca de 700.

"É um horror. Não deixam de chegar barcos e descarregar mortos. É impressionante", afirmou a prefeita entre lágrimas enquanto falava por telefone com emissoras de televisão.

"Não podem seguir vindo nestas condições. Se continuar assim é melhor ir pegá-los", disse a prefeita, que há meses denuncia a "negligência" das instituições europeias em relação ao drama dos imigrantes.

O responsável da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, informou que foram recuperadas 150 pessoas, entre elas dezenas de crianças, algumas com poucos meses de idade, e mulheres grávidas.

Candela explicou que as condições dos sobreviventes eram boas e que, apesar de alguns terem apresentado sintomas de hipotermia, ninguém precisou ser hospitalizado.

Os imigrantes explicaram que são da Eritreia e da Somália, que eram entre 450 e 500 pessoas e que zarparam do litoral da Líbia.

Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país, além de barcos pesqueiros e embarcações particulares.Uma embarcação com 463 imigrantes ilegais chegou à ilha durante a última noite. Os imigrantes foram transferidos para um abrigo em Lampedusa, que ontem já tinha atingido sua capacidade máxima de 700 pessoas.

Trata-se de uma nova tragédia envolvendo a imigração ilegal nas últimas semanas, depois que 13 pessoas morreram no dia 30 de setembro após terem sido obrigados pelos traficantes a saltar da embarcação na qual viajavam, mesmo sem saber nadar e com o mar agitado.

Os cerca de 200 imigrantes foram obrigados a se jogar no mar, a poucos metros da praia do "Pisciotto" na cidade de Scicli, na província de Ragusa, na Sicília.

No dia 10 de agosto, outros seis imigrantes ilegais, entre eles um menor de idade, morreram ao tentar alcançar o litoral da Sicília a nado, depois que o barco pesqueiro, em que viajavam junto com vários imigrantes da Síria e do Egito, encalhou.

Reprodução Cidade News Itaú

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