quinta-feira, outubro 03, 2013

Mulher sequestrada há 13 dias no DF é libertada pela polícia em Goiás


Uma representante comercial de Sobradinho, no Distrito Federal, que havia sido sequestrada a cerca de duas semanas, foi resgatada na madrugada desta quinta-feira (3), em Águas Lindas de Goiás.
A mulher, de 45 anos, estava acorrentada no momento em que foi libertada. O cativeiro funcionava às margens da BR-070, no bairro Recreio da Barragem, em Águas Lindas.
Na operação de resgate, um policial da Divisão de Operações Especiais (DOE) foi atingido por tiro, próximo do olho. Ele passou por cirurgia e, segundo a Polícia Civil, passa bem. O projétil foi retirado e o policial não corre risco de perder a visão.
Três homens foram presos. O autor do disparo contra o policial civil, Luan da Silva Pereira, de 23 anos, José André Pereira, de 26 anos, e Marcos das Mercês Farias, de 39 anos, apontado como mentor do sequestro.
A Polícia Civil informou que apenas um dos suspeitos negou participação no crime. José André Pereira disse em depoimento que recusou o convite para realizar o sequestro.
A representante comercial foi sequestrada no último dia 20 de setembro, uma sexta-feira, no estacionamento de um supermercado da Asa Norte, em Brasília. De acordo com as investigações, o suspeito Farias já planejava, a cerca de dois meses, realizar um sequestro naquela região. A vítima teria sido escolhida momentos depois de ela deixar o carro para ir às compras.
Farias e mais um comparsa estacionaram o carro do grupo ao lado do veículo da empresária. A abordaram utilizando um revólver. Segundo o diretor da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), Leandro Ritt, Farias já tinha trabalhado no supermercado por oito anos (2000 a 2008) e conhecia bem o alcance das câmeras de vigilância do estabelecimento. "Eles ficaram abaixados no interior do veículo. Ela (vítima) foi colocada no banco de trás, deitada. Eles deixaram o estacionamento sem serem flagrados pelas câmeras de segurança. O local da abordagem não foi escolhido por acaso", disse o diretor da DRS.
Do supermercado, a vítima foi levada para uma casa em Águas Lindas, cidade localizada no Entorno do Distrito Federal. No caminho, os suspeitos forçaram a vítima a dar informações sobre a vida financeira dela.
À noite, a família procurou a polícia para registrar o desaparecimento da represente comercial. Enquanto dava informações sobre a mulher na delegacia, o marido da vítima recebeu uma ligação de um dos criminosos informando sobre o sequestro. O suspeito teria pedido R$ 200 mil em troca da liberdade da mulher. A quantia não foi paga, informou a Polícia Civil.
A corporação informou que os sequestradores utilizaram duas casas em Águas Lindas como cativeiros. Um dos imóveis teria sido alugado por Marcos Farias. Ele teria pagado R$ 500 ao dono do imóvel. De acordo com as investigações, o suspeito trabalhava como corretor de imóveis, o que teria facilitado a localização das duas residências.
Durante boa parte dos 13 dias em que ficou sob o poder dos sequestradores, a vítima permaneceu acorrentada pelo tornozelo, algemada e em algumas ocasiões amordaçada. A alimentação e as condições de higiene da vítima eram precárias.
A chegada até o local onde a vítima estava presa foi possível após o rastreamento das ligações feitas por celular entre os suspeitos e familiares da vítima. 50 policiais civis participaram da operação que resultou na prisão dos suspeitos. Eles se dividiram em três grupos. Um deles foi responsável pela invasão à residência onde estava a representante comercial. O suspeito Luan da Silva Pereira vigiava o local.
O diretor da DRS informou que após a identificação da residência determinou que abordagem fosse feita durante a madrugada. "Entendemos que durante esse horário a vítima correria menos riscos. Parte dos policiais entrou pela porta dos fundos. Durante o rompimento de uma das portas, o suspeito (Luan) efetuou disparos contra os agentes", afirma o policial.
Após o resgate, as paredes do quarto onde estava a vítima ficaram com várias marcas de tiros e manchas de sangue. Também havia marcas de tiros na varanda, onde o policial civil foi atingido. Os outros dois suspeitos foram presos nas residências deles, a cerca de três quilômetros de distância do cativeiro.
O grupo será indiciado por extorsão mediante sequestro, cuja pena varia de 12 a 20 anos de prisão, e roubo mediante extorsão, com pena prevista entre 6 e 10 anos. Luan também será indiciado por tentativa de homicídio qualificado, cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão.

Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!