Representantes da oposição irão pedir nesta segunda-feira (26) que o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, seja convocado para explicar no Senado "declarações falsas" do banco estatal sobre a forma como foram liberados os recursos do Bolsa Família neste mês.
No último fim de semana, boatos sobre o fim do programa e sobre um suposto bônus pelo Dia das Mães provocaram pânico entre os beneficiários e uma corrida a agências da Caixa em 13 Estados.
Na segunda-feira (20), o vice-presidente de Habitação da Caixa, José Urbano Duarte, afirmara que o banco havia decidido liberar todos os benefícios --no valor total de R$ 2 bilhões-- durante o final de semana para minimizar os efeitos do boato.
No entanto, a Folha revelou na edição de sábado (25) que a Caixa liberou todos os benefícios na sexta-feira (17), véspera da disseminação do boato.
A medida alterou, sem aviso prédio, o calendário de pagamento, que é escalonado e segue a ordem do último número do cartão do Bolsa Família.
Neste domingo, o senador Álvaro Dias, vice-líder do PSDB no Senado, afirmou que a oposição considera o caso "grave" e exige apuração imediata da "lambança".
Um requerimento pedindo a convocação do presidente da Caixa deve ser apresentado nesta segunda à Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado.
"A Caixa deu declarações falsas, e é preciso fazer o enquadramento jurídico disso. Há suspeita de improbidade administrativa por parte dos gestores do programa. É preciso investigar também se eventualmente houve crime de falsidade ideológica", afirmou.
Já o líder do MD (Mobilização Democrática) na Câmara, deputado Rubens Bueno, disse que irá reunir assinaturas de outros congressistas para pedir formalmente a demissão de Jorge Hereda e José Urbano Duarte.
"Quando é que a presidente Dilma Rousseff vai demitir a diretoria da Caixa, que fez tamanha lambança?", disse o deputado.
No sábado, durante viagem à Etiópia, a presidente Dilma Rousseff disse que os boatos sobre o Bolsa Família vão obrigar o governo a aprimorar o sistema de fiscalização do benefício.
A presidente não quis comentar a investigação sobre a origem dos boatos, mas deu indicação de que não acredita que a razão tenha sido a mudança no cronograma de pagamentos, sem aviso, na véspera dos boatos.
OUTRO LADO
A Caixa disse neste domingo que não iria comentar a intenção da oposição de convocar seus dirigentes ao Senado.
Em nota divulgada na sexta-feira (24), o banco afirmou que, em busca de "melhorias no Cadastro de Informações Sociais", optou por permitir o saque pelos beneficiários no dia 17 independente do calendário individual.
Disse ainda que tem interesse na apuração dos fatos e reafirmou que aguarda as investigações da Polícia Federal em relação à origem dos boatos.
"A Caixa prestará todas as informações necessárias às autoridades policiais para colaborar com a apuração", diz a nota.
Reprodução Cidade News Itaú
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