segunda-feira, maio 27, 2013

Polícia investiga uso do número da OAB de advogado morto em Natal

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está investigando o uso ilegal do número do registro profissional do advogado Anderson Miguel da Silva, assassinado a tiros no dia 1º de junho de 2011 dentro do seu próprio escritório, no bairro de Lagoa Nova, em Natal. A informação foi confirmada pelo presidente da seccional estadual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN), Sérgio Freire. Segundo ele, a Ordem tomou conhecimento do fato e procurou a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) para solicitar a abertura de inquérito. "Fizeram uso da OAB dele pelo menos três vezes", revelou Freire.
O número 4013, que consta no registro profissional de Anderson Miguel junto à OAB/RN, foi utilizado no Juizado Especial de Natal, conforme detalhou Sérgio Freire. “Mas não temos notícia se também foi utilizado no juizado federal”, ressaltou.
Freire conta que foi procurado por representantes do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). Junto com coordenadores do Tribunal, o presidente da OAB/RN procurou a Sesed. “Encaminhamos o caso à polícia e já temos indicação de quem seja. A investigação está bem adiantada”, acrescentou.
O uso irregular do número 4013 foi identificado por meio do sistema eletrônico que monitora os registros profissionais dos advogados. O uso irregular do registro profissional, segundo a OAB, se enquadra em dois crimes: falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão.

Advogado foi morto em 2011
O advogado Anderson Miguel da Silva foi assassinado no dia 1º de junho de 2011 dentro do seu próprio escritório, no bairro de Lagoa Nova, na zona Sul de Natal. Um homem entrou na sala dele e disparou várias vezes. As imagens do suspeito, monitoradas por um circuito interno de câmeras, não foram gravadas pelo equipamento. Os tiros atingiram o pescoço, o tórax e os braços do advogado. A polícia afirma que até hoje não tem pistas do assassino.
Anderson Miguel ficou conhecido em todo o Rio Grande do Norte como o 'homem-bomba' da operação Hígia. Foi ele o responsável por delatar, em depoimentos prestados à Justiça Federal, um suposto esquema de corrupção dentro da Secretaria de Saúde no então governo Wilma de Faria. Além dele e da ex-mulher, a empresária Jane Alves, mais 13 pessoas foram envolvidas.
O esquema contou com a participação direta do próprio Anderson Miguel, que alegou ter pago propina durante os anos de 2005 e 2008 para que sua empresa, a A&G, conseguisse receber os atrasados e ainda renovasse os contratos firmados com a Secretaria de Saúde. O inquérito ainda tramita na Justiça Federal sob os olhares do juiz Mário Jambo.

Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!