terça-feira, setembro 25, 2012

Pastor critica uso político da religião evangélica por candidatos no RN


Com o crescimento do seguimento evangélico, esse público passou a ser visado nas campanhas eleitorais. Parte das igrejas passam a funcionar como verdadeiros comitês de campanha. Bispos, pastores e obreiros misturam a "palavra do Senhor" com o pedido do voto num mesmo discurso. Cada entidade que queira eleger o seu representante. Mas, nem entre os "homens de Deus", há um consenso. Existem os que questionam a representatividade dos colegas politicamente.

O pastor João Costa, que já liderou templos da Igreja Universal do Reino de Deus e da Igreja do Evangelho Quadrangular, se mostra insatisfeito com a estrutura religiosa a favor dos candidatos que se colocam como representantes do seguimento. Segundo ele, a representação dos evangélicos na chapa majoritária, com a indicação do suplente Osório Jácome (PSC) para vice de Hermano Morais (PMDB), não dá representatividade efetiva ao grupo.

"Temos um candidato a vice-prefeito que nunca teve voto para ser vereador. O partido dele não tem representação na Câmara, não tem sequer candidato a vereador. É o pastor Osório Jácome, que tem uma postura respeitável. Mas, buscar ele no nosso seguimento foi uma forma de manipular, influenciar o voto do nosso eleitor. É preciso alertar para isso. Na hora de governar, o seguimento é sempre deixado de lado pelos governantes", reclamou o pastor.

João Costa enfatizou que, durante o mandato de vice-governador na gestão Wilma de Faria (PSB), de 2003 a 2006, o hoje deputado estadual Antônio Jácome (PMN) não deu voz ao seguimento. "Seria importante termos um vice se tivesse participação ativa. Mas, nesse caso não é. Já tivemos um vice-governador, mas, mesmo assim, não tivemos um representante do seguimento nem no segundo escalão do governo. Nós só servimos para ser usados durante o pleito e depois não somos ouvindo?", questionou.

"Influencia de forma maciça. O eleitor evangélico vota no candidato evangélico. O que contesto é que o seguimento não tem seus espaços", João Costa - pastor

A população evangélica representa, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 20% da população de Natal, um universo de aproximadamente 100 mil eleitores. Na visão do pastor, uma candidatura do seguimento influencia diretamente na escolha dos evangélicos, que, segundo ele, estão sendo usados como massa de manobra. "Influencia de forma maciça. O eleitor evangélico vota no candidato evangélico. O que contesto é que o seguimento não tem seus espaços", observou.

Além do candidato a vice-prefeito, o grupo tem ainda vários concorrentes às vagas para vereador. Segundo fontes ligadas às igrejas, os pastores de algumas instituições têm transformado os cultos em verdadeiros comícios. Em alguns casos, os grupos ligados à igreja são orientados a trabalhar por candidaturas dos "homens de Deus". Não existe nenhuma regra eleitoral que impeça essa estratégia, utilizada pela maioria dos representantes do seguimento. 

Fonte: DN Online/Cidade News Itaú

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