quinta-feira, setembro 20, 2012

França vai fechar embaixadas em 20 países após charge sobre Maomé




A França anunciou que vai fechar temporariamente suas embaixadas e escolas em 20 países após uma revista francesa ter publicado charges sobre o profeta Maomé nesta quarta-feira (19).
O governo francês, que criticou a publicação, teme que ela possa aumentar a tensão já criada por um filme americano que criticava o profeta.
Mais de 30 pessoas morreram em ataques e manifestações violentas provocadas pela divulgação de trechos do filme amador "A Inocência dos Muçulmanos", incluindo 12 em um atentado suicida executado na véspera no Afeganistão por uma mulher.
"Nós realmente decidimos, como medida de precaução, fechar nossas instalações, embaixadas, consulados, centros culturais e escolas", disse um porta-voz.
O fechamento vai ocorrer na sexta-feira (21), tradicional dia semanal de orações no mundo islâmico.
A França também adotou medidas de segurança especiais para proteger suas embaixadas, depois da publicação feita pela revista satírica "Charlie Hebdo", anunciou o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius.
Charge de Maomé publicada em tabloide francês (Foto: Thomas Coex/AFP)Charge de Maomé publicada em tabloide
francês (Foto: Thomas Coex/AFP)
"Evidentemente dei instruções para que em todos os países onde isto possa representar problemas sejam adotadas medidas de segurança especiais", declarou Fabius, que manifestou preocupação.
O ministro afirmou que no contexto atual, a publicação das caricaturas do profeta pela revista "joga mais lenha na fogueira".
"Na França, o princípio é a liberdade de expressão. Agora, neste contexto, levando em consideração este filme estúpido, este vídeo absurdo que foi divulgado, há uma grande comoção em muitos países muçulmanos. É pertinente e inteligente jogar mais lenha na fogueira? A resposta é não", disse.
"É preciso encontrar um equilíbrio", concluiu.
Manifestações proibidas
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, anunciou nesta quarta que vai negar permissão para uma manifestação para protestar contra o vídeo.
'As manifestações não estão autorizadas', disse Ayrault em entrevista à emissora de rádio 'RTL'.
Segundo o primeiro-ministro, os protestos têm origem em 'grupos minoritários que querem explorar' a atual situação.
Na França, qualquer agressão aos muçulmanos é considerada sensível. O país tem a maior comunidade da Europa, com entre quatro e seis milhões de muçulmanos.
Maomé nu
A capa da revista mostra um judeu ortodoxo empurrando uma figura de turbante, que está numa cadeira de rodas.
Nas páginas internas há várias caricaturas do profeta, incluindo algumas em que ele aparece nu.
Vários países do Oriente Médio, da África do Norte, da Ásia e da Europa foram cenários na última semana de atos de violência dirigidos contra Estados Unidos após a divulgação de trechos do filme.

Na terça, o presidente americano Barack Obama pediu ao mundo muçulmano que trabalhe com os Estados Unidos para garantir a segurança de seus representantes no mundo.

"Embora este vídeo seja chocante - e nós o denunciamos evidentemente, o governo americano não tem nada a ver com ele - não é de nenhum modo uma desculpa para a violência", disse.

O embaixador dos Estados Unidos na Líbia e três funcionários americanos morreram no ataque ao consulado de Benghazi.

Após o início do movimento de protesto, Washington adotou no fim de semana passado medidas adicionais de segurança para suas embaixadas e consulados no Oriente Médio e África do Norte.

Em 2005, a publicação de caricaturas de Maomé por um jornal dinamarquês já havia provocado uma onda de protestos no mundo muçulmano.
Liga Árabe
A Liga Árabe fez um apelo nesta quarta para que as pessoas ofendidas pelos cartuns  "mantenham o controle" e manifestem de modo pacífico sua rejeição às imagens.
Num comunicado divulgado após a divulgação dos cartuns, a Liga Árabe, entidade que congrega 21 países e tem sede no Cairo, fez um chamado pela reconciliação e respeito entre culturas.
A Liga pediu que "aqueles que foram feridos por esses desenhos ofensivos se controlem e usem meios pacíficos para expressar com firmeza sua rejeição a essas ações vergonhosas."
YouTube
O Sudão decidiu nesta quarta bloquear o YouTube para impedir a difusão do filme, informou Ezedine Kamel, presidente do organismo sudanês de telecomunicações.
Países como Bangladesh, Paquistão e Afeganistão bloquearam o acesso ao YouTube e outros, como a Arábia Saudita, ameaçaram fazer a mesma coisa se o link para o vídeo não for bloqueado.


Fonte: G1/Cidade News Itaú

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