As mais recentes explosões de terminais de caixas eletrônicos ocorridas em Natal estão levando muitos proprietários de lojas de conveniências e postos de combustíveis a desistirem da prestação do serviço à população por temerem pela segurança do estabelecimento. Pelo menos 15 donos de postos de combustíveis em Natal, segundo dados do Sindicato de Postos de Combustíveis do RN, confessaram ter retirado ou estarem pedindo a retirada dos equipamentos de seus negócios. Desde o início do ano até agora, seis terminais foram explodidos na Grande Natal. Entre os alvos estão os postos da avenida Rui Barbosa (Morro Branco), Shopping Ayrton Senna (Nova Parnamirim), conveniência do posto Shell (Cidade Satélite) e o Posto Novo Horizonte, na BR-101.
De acordo com Antônio Sales, presidente do Sindpostos, quem ainda não foi surpreendido com a explosão do caixa, está retirando os equipamentos enquanto há tempo, com medo de ter prejuízos com a estrutura física do prédio e as mercadorias que simplesmente vão para o espaço a cada explosão. Além de estourar o caixa, a explosão causa danos à estrutura física da loja e estraga as mercadorias em estoque. "Infelizmente, quando acontece o sinistro, o banco não cobre nada, não há um seguro contra furtos, roubos e danos ao estabelecimento a não ser do próprio estabelecimento. Quando a seguradora é acionada, leva muitos dias para vir, mas o comerciante não pode esperar porque tem que reformar seu comércio que precisa demandar capital para poder recuperar", explica Sales.
Um dos postos que pediram a retirada dos equipamentos do banco é o Novo Horizonte, no bairro de Neópolis, de propriedade do próprio presidente do Sindipostos. Situado na BR-101, o posto foi assaltado por uma quadrilha que explodiu o caixa eletrônico da loja de conveniência. A ação dos bandidos foi realizada durante a madrugada, por volta das 2h30.
Um prejuízo de R$ 60 milhões por ano. Esse é o valor que as instituições financeiras perdem com os furtos à caixas automáticos, diz a Federação Nacional dos Bancos (Febraban). Atualmente, existem 46.500 caixas automáticos espalhados pelo país, fora das agências bancárias. Eles estão instalados em supermercados, restaurantes, postos de combustíveis e locais de grande movimentação, mas nem sempre com segurança e câmeras por perto. O Diário de Natal questionou a Febraban sobre as garantias para as empresas que prestam o serviço de caixas eletrônicos, mas a entidade disse apenas que a segurança é a cargo do próprio estabelecimento.
Os bandidos agora usam explosivos para abrir os equipamentos e agem de madrugada. Eles escolhem lugares com pouco movimento e nem os dispositivos de segurança que queimam o dinheiro ou soltam tinta e estragam as cédulas, inibem os bandidos.
Inteligência
Segundo o coronel Araújo Silva, comandante da Polícia Militar potiguar, o RN é o estado do Nordeste com a menor quantidade de ataques com explosivos, mas também o estado do Brasil com maior apreensão de explosivos - mais de cinco mil quilos foram apreendidos em 2011. Ele explica que as quadrilhas vêm mudando sua forma de atuação. "Antes, eles assaltavam agências bancárias à luz do dia e levavam o dinheiro. Hoje, eles se aproveitam que a segurança dos caixas eletrônicos é privada, de responsabilidade da agência bancária, e que não existe durante a noite para explodir os caixas com mais tranquilidade", disse o comandante da PM.
Para combater esse tipo de crime, o comandante da Polícia Militar diz que ações de inteligências estão sendo realizadas, como o acompanhamento das atividades dessas quadrilhas, colocação de viaturas em pontos estratégicos, além de intensificação nas áreas de fronteira com outros estados.
Fonte: DN Online/Cidade News Itaú
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