quinta-feira, junho 14, 2012

Castelo que custou R$ 225 mil ao RN está abandonado


Adquirido durante a gestão da ex-governadora Wilma de Faria, o Castelo de Engady, localizado em Caicó, está "em ruínas". A definição é do próprio responsável por erguê-lo, o monsenhor Antenor de Araújo, que por 35 anos foi o proprietário do curioso imóvel. Segundo relatos, o Castelo está deteriorado, com problemas estruturais, portas quebradas e o interior destruído. Desde o final de 2006, quando o Governo do Estado adquiriu o castelo por R$ 225 mil, não houve uma destinação definida para o bem público. Atualmente, o Governo do Estado pretende ceder o imóvel para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A UFRN tem interesse, segundo a diretora do Ceres, Ana Neri, em utilizar o Castelo de Engady para estruturar um centro de artes. Um curso de música já foi aprovado pelo Conselho da Universidade. A intenção é começar com o curso de Música e, posteriormente, transformar em um centro que congregue outras formas  de artes.  A própria Isaura Rosado, gestora da pasta de Cultura do Governo do Estado, "ofereceu" o Castelo para a reitora Ângela Paiva. A primeira conversa aconteceu, mas não há ainda nada "oficial". "A secretária de Cultura falou com a reitora sobre esse assunto, mas por enquanto não é nada oficial", diz Ana Neri.

Para utilizar o Castelo de Engady, será necessário restaurar o ambiente. As fotos repassadas para a TRIBUNA DO NORTE pelo  jornalista Sidney Silva e pelo professor Sandro Fonseca dão conta das avariações no prédio. Além do mato e das portas quebradas, o mobiliário aparece abandonado (veja fotos). Segundo Isaura Rosado, o Castelo nunca teve uma destinação por parte do Governo do Estado. "Nunca teve destinação, nunca foi ocupado" definiu. E complementou: "Tínhamos o plano de fazer um centro de artes, mas não faz sentido estruturar dois centros. Se a UFRN já está fazendo um, o melhor é ceder o prédio".

Segundo informações da UFRN, o Castelo é assentado sobre um rochedo tendo sua estrutura composta de vários espaços, como pátios, terraços, peitoris, balcões, guaritas, torres, pontes, escadas, batentes, poços, tanques, fortificações,  salas, dormitórios, capela, entre outros. O estilo é mouro-medieval. O mobiliário, à época da construção, foi adquirido nas fazendas, propriedades e sítios da região. 

As peças que chegaram ali por meio de compra, troca ou oferta. Seu acervo é composto de velhas arcas, velhos armários, baús, bancos, oratórios, pilões, rústicas camas, cadeiras, tripeças e largadas peças de engenho, de casas de farinha e de vapores de algodão. A decoração do castelo continha quadros de representação clássica com emblemas, estandartes, espadas, lanças, carrancas, correntões, peças bíblicas e religiosas, objetos de boiadeiros e vestígios da vida bucólica. 

A construção Castelo de Engady tomou  onze meses de trabalhos ininterruptos, de 04 de junho de 1973 a maio de 1974. Nesse período, foram aplicados 25 mil cruzeiros, moeda da época, ainda segundo informações da UFRN, desde a compra do terreno até serem fechadas todas as portas. O nome "Engady" faz referência à história do rei Davi, sendo que a palavra significa lugar livre de maldade.

Durante o tempo em que foi propriedade do monsenhor Antenor Salvino, o Castelo serviu para sediar, principalmente batizados, casamentos e festas de 15 anos. As ordens dos Beneditinos e das Clarissas utilizaram o espaço como mosteiro. Depois de passar às mãos do Governo do Estado, o imóvel foi utilizado ainda como sede do Corpo de Bombeiros. Segundo o monsenhor Antenor, à época da venda não foi informado qual seria a destinação do castelo.

Fonte: Tribuna do Norte/Cidade News Itaú

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