A falta de médico legista no Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) de Mossoró é um problema que já se arrasta há mais de um ano, sempre acontece às terças-feiras, e ontem ganhou mais um episódio, quando familiares de dois cadáveres estiveram que apelar para alternativas para que os corpos fossem necropsiados. O médico legista Fernando Caldas, que estava escalado para o plantão, desde agosto do ano passado não aparece parta trabalhar.
Segundo informações colhidas junto a funcionários do Itep, atualmente o órgão conta seis médicos legistas para atender a demanda dos plantões, porém apena quatro deles estão trabalhando, uma vez que um está de licença-prêmio e Fernando Caldas não trabalha desde muito tempo.
A direção do Itep já comunicou o fato à Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), no entanto nada foi feito para que o problema fosse resolvido. Enquanto isso quem sai prejudicado é a população que precisa dos serviços do Itep.
"É um absurdo o que vem acontecendo aqui no Itep. O desrespeito com as pessoas é muito grande por parte desse médico que nunca aparece para trabalhar e a população que paga os impostos e mantém salários dos funcionários, tem que amargar a demora da liberação de um cadáver", disse Tahis Rebouças, irmã da vítima de homicídio que aguardava liberação.
A mesma indignação da enfermeira foi compartilhada pelo agricultor Raimundo Silva, 62 anos, que veio ontem da cidade de Caraúbas para fazer um exame de corpo de delito, em decorrência de uma facada sofrida no último sábado. Ele teve que retornar sem ser atendido.
"A gente vem de outro município com dificuldade e tem que retornar sem ser atendido, onde já se viu uma coisa dessa?", destacou o agricultor.
Corregedoria
O delegado Clayton Pinho, titular da Delegacia Regional de Polícia Civil, disse que o problema gerado pela ausência do médico Fernando Caldas é antigo, quando ele foi diretor do Itep em 2009/2010, a situação já existia.
"Quando fui diretor do Itep denunciei o caso à corregedoria, notificando as faltas do médico Fernando Caldas e até o momento nada foi resolvido. Isso é muito sério e a população não pode ser penalizada por isso", concluiu o delegado.
Ontem, no final da tarde, dois corpos, um adolescente vítima de homicídio e uma mulher de vítima de envenenamento, estavam nas geladeiras do Itep, aguardando liberação.
Fonte: O Mossoroense
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