quarta-feira, maio 23, 2012

Baixos salários dos professores da Uern geram evasão de 60% em departamentos

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Nos últimos anos a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) tem passado por diversos problemas, tanto em termos de estrutura física quanto administrativos. Entre os mais recentes, estão os baixos salários pagos aos professores da instituição, que além de motivarem greves, têm causado a evasão dos docentes, que atualmente chega a ser de 60% em alguns departamentos.
Segundo o professor-doutor José Ronaldo Pereira da Silva, mais da metade dos docentes do Departamento de Física da unidade acadêmica de Mossoró foi recentemente contratada em virtude da evasão dos professores. "A maioria desses professores segue para as universidades federais em busca de salários mais altos e melhores condições de trabalho. Isso gera uma série de prejuízos para a Uern. Entre eles, posso citar a descontinuidade de projetos de pesquisa e extensão e a extinção de bases de pesquisa", disse o professor.
Ronaldo ainda destacou que o desajuste dos salários dos professores prejudica diversos segmentos da instituição, inclusive os alunos. "Devido à falta de incentivo, muitos educadores têm saído da academia para procurar melhores condições de trabalho, desta forma os estudantes veem a qualidade de ensino da unidade diminuir, bem como a redução da capacidade da unidade acadêmica em atrair recursos de agências de fomentos, para ajudar no desenvolvimento de projetos, melhorias infraestruturais, entre outras coisas".
A Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis da Uern (Prorhae) informou que, nos últimos cinco anos, cerca de cem professores pediram exoneração da Universidade. Destaque para o ano de 2009, quando foram exonerados 34 docentes.
Entre os profissionais que pediram a exoneração, está o professor-doutor Alan Martins de Oliveira, que integrava o Departamento de Gestão Ambiental. Em 2010, ele saiu da instituição para integrar o Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Para Alan, o principal fator que motivou sua saída foi a falta de estrutura para exercer suas atividades.
Segundo os professores, a Aduern enviou uma contraproposta referente ao reajuste salarial à governadora do Estado. No entanto, nenhuma resposta foi recebida. "Até agora as negociações estão paradas. Diante desta situação a única forma que os docentes têm de ver seus direitos garantidos, infelizmente, é mantendo a greve", informou Ronaldo.

Fonte: O Mossoroense

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