Terminou somente no começo da madrugada de ontem a sessão de julgamento que condenou a 24 anos de prisão o ex-policial militar Antônio Eduardo Martins Maia. Ele é acusado de participar de uma operação desastrosa da PM na noite de 26 de setembro de 2007, ocasião em que a Polícia disparou tiros contra um carro ocupado por quatro cidadãos, sendo dois espanhóis, uma brasileira e seu marido italiano. Um dos espanhóis foi baleado e tornou-se definitivamente tetraplégico.
O Julgamento do ex-PM teve início na tarde de segunda-feira e se estendeu por quase 12 horas ininterruptas. Já era começo da madrugada de terça-feira quando o juiz titular da Segunda Vara do Júri de Fortaleza, Henrique Jorge Holanda da Silveira, anunciou o veredicto.
A pena de 24 anos de reclusão é relativa ao crime de tentativa de homicídio qualificado quadruplicada, já que o processo identificou quatro vítimas. Eram dois casais amigos, que procediam do Aeroporto Internacional Pinto Martins pela Avenida Raul Barbosa, na Aerolândia, quando houve o atentado. O piloto de aviação civil espanhol, Marcelino Ruiz Campelo, foi baleado na coluna cervical e tornou-se paraplégico de forma irreversível, segundo os médicos.
Apelação
O militar condenado, porém, vai permanecer em liberdade, já que seu defensor, criminalista Delano Cruz, recorreu contra a sentença condenatória. Ele alega que o réu foi julgado contra a prova dos autos. Na tribuna, Cruz arguiu as teses de negativa de autoria, estrito cumprimento do dever legal e desistência voluntária. No entanto, o Conselho de Sentença não acatou as argumentações do especialista.
Já o Ministério Público, representado pela promotora de Justiça Alice Iracema do Vale; e os assistentes da acusação, advogados Leandro Vasques e Holanda Segundo, obtiveram êxito com a condenação do réu.
Fonte: Diário do Nordeste
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