sexta-feira, março 30, 2012

Pelo menos 1.700 amanhecem sem salário

Pelo menos 1.700 professores do Estado amanheceram o dia ontem sem salário. A decisão do Governo, publicada no Diário Oficial (DOE), atingiu servidores que estavam cedidos a outros órgãos e que não se preocuparam em informar sua situação no sistema cadastral da Secretaria Estadual de Educação. 
Durante todo o dia, centenas de pessoas foram até a sede da Secretaria, tentar resolver a questão ou reclamar do ocorrido. A procura foi tanta que os telefones do órgão ficaram incomunicáveis.
Em Apodi, 103 pessoas ficaram de fora das planilhas de pagamento. De acordo com a diretora da 13a. Diretoria Regional de Educação (DIRED), Raimunda Ferreira Freire, aconteceu um erro dos gestores das escolas que não fizeram o recadastramento total que aconteceu nos dias 8 e 9 passados. "Esperávamos que o cruzamento dos dados acontecesse em abril, mas aconteceu em março", disse.
Na rede social Facebook, a professora de Natal Fátima Abrantes questionou o ocorrido. "Alguém sabe me explicar isso?". Depois, completou: "Acabo de saber que meu salário foi cancelado em nome do Plano de Cargos e Salários. Ironia, desarticulação, desrespeito ao servidor."
Fátima é servidora do Estado faz 23 anos e está afastada por licença-prêmio. "O Governo do Estado cancelou pagamento até de servidores aposentados há muitos anos. Encontrei-me com uma senhora na Secretaria de Educação do Estado do RN em meio a pilhas de diários oficiais para comprovar junto ao Estado que estava aposentada há mais de 15 anos. E se não encontrar o diário... Vai ficar sem receber os benefícios de anos de trabalho? O servidor tem de pagar essa conta de desorganização do Estado? (sic)", disse.
Desde ontem, as Direds de todo o Estado informaram às pessoas que estavam regulares, para agilizar a situação e permitir que elas possam receber os seus salários. Porém, nesse trabalho foram detectados muitos servidores que estavam recebendo sem trabalhar. Estes terão de procurar a secretaria em Natal para explicar a sua situação.
De acordo com a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do RN (SINTE-RN), Fátima Cardoso, a posição da entidade é de pedir que isso se regularize o mais rápido possível e que o Estado pague o quanto antes. Ela disse ainda que o trabalho de fiscalização da Secretaria de Educação deveria ser mais rigoroso e organizado.

Reajuste dos professores aprovado na Assembleia
Foi aprovado ontem na Assembleia Legislativa o projeto de lei do governo que reajusta os vencimentos do magistério em 22%, de acordo com a Lei Nacional do Piso. O projeto de lei teve voto favorável de todos os participantes da sessão. 
O deputado Fernando Mineiro (PT), mesmo votando a favor, questionou dois pontos da mensagem: a data de implementação do reajuste - implantado a partir de março, mas que, na sua opinião, deveria vigorar desde janeiro passado.
O outro ponto diz respeito ao pessoal inativo. Mineiro sugeriu que o parcelamento em quatro meses fosse reduzido. O deputado George Soares (PR) também questionou a data de implantação e lembrou da questão das promoções no magistério, que também precisam ser implantadas com agilidade.
O líder governista, deputado Getúlio Rego, frisou o esforço da governadora Rosalba Ciarlini para tornar concreta essa reivindicação. "É uma satisfação para nossa Casa ver essa valorização do professor, mesmo num momento em que o Estado ainda enfrenta dificuldades financeiras", disse.

Aposentados de Mossoró discutem proposta do governo
Ontem, a regional do Sinte em Mossoró se reuniu com os(as) aposentados(as) para discutir o projeto de reajuste salarial que foi apresentado pelo Governo para esse segmento. O projeto enviado pelo Governo à Assembleia Legislativa divide o reajuste dos aposentados em quatro parcelas, distribuídas entre os meses de abril, junho, agosto e outubro.
Para o coordenador geral do sindicato, Rômulo Arnaud, a proposta está muito aquém das expectativas da categoria e não representa o que de fato os trabalhadores merecem. "Não ficaremos de braços cruzados diante dessa decisão do Governo. Não foi essa a reivindicação dos aposentados. Eles estão dispostos a reagir e o sindicato empunhará essa luta", afirmou.

Fonte: Defato

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