quarta-feira, março 07, 2012

Ex-deputado estadual Luiz Almir nega participação em esquema fraudulento

Réu no processo originado pela descoberta da suposta "Máfia dos Gafanhotos", o ex-deputado estadual Luiz Almir (PV) negou ontem que tenha participado do esquema de desvio de recursos públicos denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE). O caso está na 4ª Vara Criminal de Natal, sob responsabilidade do juiz Raimundo Carlyle. A sentença deverá ser proferida ainda neste mês. Almir declarou estar abalado com a repercussão do processo e certo de que será inocentado.

De acordo com a denúncia do MPE, o esquema era comandado pelo ex-governador Fernando Freire (PMDB), de 1995 a 2002, com o repasse de gratificações a funcionários fantasmas indicados por Luiz Almir. Um dos acusados é o fiel escudeiro do pevista, Márcio Godeiro, que hoje é o secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de Natal. São réus no processo, além de Freire, Almir e Godeiro, mais 12 pessoas ligadas ao ex-deputado.

Os réus são acusados pelo desvio de dinheiro público mediante a atribuição de gratificações de representação de gabinetea funcionários fantasmas. Segundo o MP, as gratificações eram emitidas por meio de cheques-salário sacados ou depositados em favor dos próprios réus ou de outras pessoas a eles ligadas.

Luiz Almir admitiu que indicou "pessoas carentes da Zona Norte" para receber gratificações no governo Fernando Freire. Essa prática, segundo ele, era comum na gestão do ex-governador. "Existiam mais de 600 gratificações. Dessas, indiquei apenas umas 10 ou 12. Eu era apenas um vereador. Ajudei quem eu podia ajudar. As gratificações eram pequenas e duraram apenas um ano. Eu pedi com o objetivo de ajudar o povo necessitado da Zona Norte", declarou o ex-deputado, que negou veementemente que tenha utilizado de laranjas.

Questionado sobre o esquema de desvio de recursos públicos por meio dessas gratificações denunciado pelo MPE, Almir afirmou desconhecer qualquer prática ilícita envolvendo suas indicações. "Eu não tinha nem proximidade com Fernando Freire. Orientei as pessoas a procurar o gabinete. Agora, o valor que era pago e seas pessoas davam expediente eu não sei. Isso não era prerrogativa minha. Era dever do governo. Não tenho nada a ver com isso ", esquivou-se.

O ex-deputado disse ainda que várias gratificações eram depositadas na conta de Márcio Godeiro para serem repassadas a terceiros. "Naquele tempo, pobre não podia ter conta em banco. Então, Márcio Godeiro disponibilizava sua conta e repassava os valores para as pessoas", contou. Questionado sobre suas pretensões para este ano, Luiz disse que ainda não decidiu se será candidato a vereador. "Tenho até junho para decidir. Se fosse hoje, não seria candidato. Ainda estou muito abalado com isso [o processo da Máfia dos Gafanhotos]. Só serei candidato, se eu puder ajudar o povo com meu mandato", finalizou. 

Fonte: DN

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