quarta-feira, março 07, 2012

Blatter diz ainda ter problema político a resolver no Brasil

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, dá entrevista em um hotel em São Petersburgo, na Rússia
Um dia após enviar carta ao governo brasileiro em que pediu desculpas pela polêmica envolvendo seu secretário-geral, Jérôme Valcke, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, deu entrevista onde disse vislumbrar uma Copa de 2014 "extraordinária", mas citou ainda existir uma questão política a resolver no Brasil.

"Os estádios estarão prontos, não há nenhum problema. Há pessoas que ainda colocam o Mundial em dúvida, mas se esquecem que o Brasil é hoje a sexta potência do mundo e, para 2014, estima-se que será a quinta", iniciou com a conversa com o site oficial da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), publicada nesta quarta.

Porém, acrescentou: "Existe ainda um pequeno problema referente às garantias do poder político. Mas, no final de março, devo me reunir com a presidente Dilma Rousseff e seguramente solucionaremos tudo. O Brasil fará um Mundial extraordinário".

Na carta desta terça, Blatter já havia afirmado, apesar do perdão e dos elogios ao país: "Não deixemos que conflitos nos façam perder tempo. Ao invés disso, trabalhemos juntos para construir algo maior, como prometido pelo presidente Lula durante seu mandato". Não citou a gestão Dilma.

Para a Conmebol, o dirigente ainda falou sobre as críticas ao legado da Copa passada, realizada na África do Sul, em 2010.

"Bem, no momento em que designamos o país para organizar o Mundial, em 2004, a república sul-africana tinha 10 anos de vida, porque foi fundada em 1994. E a única coisa que se falava antes sobre a África do Sul era de seu sistema de apartheid e, naturalmente, também do advento do grande humanista mundial que é Nelson Mandela".

E completou: "Após a Copa, a África do Sul forma parte do grupo econômico Brics [ao lado de Brasil, Rússia, Índia e China], com uma economia bastante forte, o Rand [moeda local] está muito estável e, junto com os Brics, conseguiu um representante não-permanente no Conselho de Segurança da ONU. E, agora, os países europeus pedem a este grupo que lhe ajudem. Quem diria? Os sul-africanos têm que emprestar dinheiro aos europeus, que fizeram a colonização de toda a África".

Fonte: Folha de São Paulo

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