terça-feira, janeiro 17, 2012

CE chega ao 15º no ranking do trabalho infantil


Levantamento realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no Ceará, com base em dados do Censo 2010, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que, entre 2009 e 2010, o Estado saltou do 4º para o 15º lugar no ranking nacional do trabalho na faixa etária de 10 a 13 anos de idade.

O Censo 2010 aponta a existência de 38.691 meninos e meninas em condições de trabalho infantil no Ceará e de 709.989 no Brasil. Em 2009, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), também feita pelo IBGE, foram contabilizados 112.633 crianças e adolescentes de dez a 14 anos no Estado e 1.257.810 no País. 

Segundo o procurador do Trabalho, Antônio de Oliveira Lima, a diferença entre os números da Pnad e do Censo 2010 pode ser, em parte, explicada pelo fato de o primeiro levantamento incluir adolescentes de 14 anos, faixa etária cujos dados ainda não foram divulgados pelo Censo. Por outro lado, explica que a significativa redução não deve ser compensada totalmente pelo número atribuído à parcela de trabalhadores inseridos no grupo. "É um resultado animador, mas, mesmo assim, temos um longo caminho a percorrer. Não devemos comemorar muito", afirma o procurador, informando que, apesar de subir de posição no ranking, o Estado ainda se encontra acima da média nacional, que é de 5,2%. 

Conforme o Censo, a média do Ceará está em 5,8%. Em 2010, no Estado, foram registrados 666.581 meninos e meninas de dez a 13 anos. Destes, como já foi citado, 38.691 trabalhavam. No País, a população naquela faixa etária era de 13.661.901. 

Metas 

Oliveira Lima frisa que governos e sociedade não podem se acomodar e devem fazer com que o Brasil consiga cumprir o compromisso assumido com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), de erradicar as piores formas de trabalho infantil até 2016 e todas as de explorações do trabalho precoce até 2020. 

O procurador explica que o fato de o Ceará subir 11 posições em apenas um ano se deve a um conjuntos de ações. 

Ele menciona as campanhas anuais desenvolvidas em 12 de junho (Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil); as atividades de sensibilização promovidas por meio das entidades que integram o Fórum Estadual pela Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente (Feeti-CE); e a tarefa de conscientização desempenhada pelos educadores de mais de 130 municípios do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca), coordenado pelo MPT no Ceará. 

O Bolsa Família, programa do governo Federal que transfere renda para famílias carentes, também é citado pelo por Oliveira Lima como um fatores que contribuem para a redução do trabalho infantil no País. "Isso interfere diretamente nas condições socioeconômicas das famílias, principalmente porque os beneficiados só recebem a verba se seus filhos estiverem indo à escola com frequência" diz. 

Neste ano, informa o procurador, caravanas do MPT devem percorrer os 184 municípios do Estado para buscar parcerias com os gestores municipais. 

Oliveira Lima considera que a faixa etária, cujos dados do Censo 2010 já foram liberados, tem grande relevância, pois, até os 13 anos de idade, o trabalho é totalmente proibido no Brasil. Entre 14 e 15 anos, é permitido apenas na condição de aprendiz. Dos 16 aos 17 anos, não é proibido, desde que não seja em atividades insalubres, perigosas, penosas ou em horário noturno a partir das 22 horas. 

Fonte: Diário do Nordeste

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