domingo, abril 07, 2024

Conselheiros da Petrobras entram em guerra e geram nova turbulência na disputa pela presidência da estatal



Em um momento em que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, é bombardeado por uma ala do governo Lula, conselheiros da estatal entraram em guerra neste domingo (7) e geraram nova turbulência na disputa pelo comando da empresa.


De um lado, conselheiros minoritários falando em decisões políticas. Do outro, conselheiros do governo defendendo seus votos no Conselho de Administração da estatal.


Depois de uma entrevista do conselheiro Marcelo Gasparino a Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo, em que levanta dúvidas sobre uma atuação política de conselheiros que representam o governo, Gasparino e o presidente do Conselho de Administração, Pietro Mendes, trocaram mensagens em tom ríspido. Gasparino representa acionistas minoritários da empresa. Pietro foi indicado pelo governo.


Pietro enviou mensagem a Gasparino e disse que ele fez "acusação grave aos conselheiros indicados pela União", citando um trecho da entrevista ao jornal O Globo. Em seguida, o presidente do conselho pediu uma série de esclarecimentos a Gasparino, entre os quais, que apontasse quais deliberações "foram tomadas com intuito de prejudicar a Petrobras para atender a interesses políticos?".


Pietro também solicitou que Gasparino apresentasse provas do que disse ao jornal. Gasparino respondeu que, como as mensagens foram direcionadas a ele, solicitaria que a Comissão de Valores Mobiliários "seja acionada imediatamente pela companhia para apurar eventuais condutas deste conselheiro".


Segundo a mensagem de Gasparino, essa é a forma acertada, dado que o presidente do Conselho de Administração afirmou "não ter medo de CVM e de TCU", acrescentando que ele tem medo, como também da SEC, a CVM dos Estados Unidos.


Pietro respondeu que Gasparino "não determina a sua tomada de decisão e que não é capaz de "apresentar nenhuma prova" do alegado por ele, acrescentando: Acusação sem provas?".


Depois da troca de mensagens, os dois lados da disputa prometeram tomar providências. Como presidente do Conselho de Administração, Pietro solicitou a abertura de uma apuração no comitê de auditoria estatutária da estatal sobre o que ele classifica de acusações sem provas de que conselheiros do governo tomam decisões políticas e não em defesa dos interesses da Petrobras.


Pietro disse ao blog que esse será o caminho para definir as responsabilidades dentro da empresa, e que o conselheiro Gasparino precisa inclusive nominar quais conselheiros estariam adotando decisões políticas e quais as provas para isso. O comitê de pessoas da estatal vai apurar o caso


Já Gasparino disse esperar que a estatal acione a CVM e que ele mesmo deve adotar essa providência, para que fique esclarecido o que está acontecendo na estatal.


Neste momento, há uma guerra de alguns ministros do governo Lula contra o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, por causa de investimentos em energias renováveis.


Depois de sofrer críticas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, Jean Paul pediu uma agenda com o presidente Lula para dar esclarecimentos e perguntar qual posição deve adotar.


Diante da guerra pública entre Silveira, que tem o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e Jean Paulo Prates, Lula chegou a sondar o presidente do BNDES, Aloizio Mercante, para a possibilidade de ele assumir o comando da Petrobras caso Prates saia da empresa.


A última negociação apontava para um meio termo, com Mercadante sendo indicado para presidir o Conselho de Administração da Petrobras. E, neste caso, Jean Paul seguiria na presidência da empresa.


Para o próximo dia 25 de abril está marcada uma reunião para definir o novo Conselho de Administração. Hoje, o governo tem seis indicados, sendo três deles, inclusive Pietro, escolhidos pelo ministro de Minas e Energia. Quatro conselheiros representam os minoritários e um é de indicação dos empregados.


Fonte: Blog do Valdo Cruz

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