domingo, agosto 13, 2023

PF apura quem deu dinheiro a Wassef para recomprar joias de Bolsonaro

Rolex que Bolsonaro tentou vender e o advogado Frederick Wassef — Foto: Reprodução; TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO

A Polícia Federal (PF) apura quem deu o dinheiro, e em que forma, ao advogado Frederick Wassef para que ele fosse aos Estados Unidos e recomprasse as joias vendidas pela equipe do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo investigadores, ainda há quebras de sigilo bancário e fiscal pendentes, que ainda vão ser enviadas à equipe da PF, para tentar descobrir a fonte dos recursos.


A equipe de Bolsonaro decidiu recomprar as joias diante da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de que o ex-presidente precisava devolver as joias que ele havia ganhado de presente na Arábia Saudita e que foram lançadas no acervo pessoal de Bolsonaro.


O correto era o registro no acervo da União, por não serem presentes de natureza personalíssima. Ou seja, não podiam ficar com o ex-presidente nem ser vendidas.


A princípio, o ministro do TCU Augusto Nardes havia decidido que as joias poderiam ficar em poder de Bolsonaro até o final das investigações. Só que a decisão foi muito criticada e revogada pelo plenário do tribunal. Ciente de que a decisão iria cair, a equipe de Bolsonaro decidiu, na época, acelerar a recompra das joias para enviá-las de volta ao Brasil para serem entregues para a União.


Na época, a equipe de Bolsonaro justificava que as joias estavam guardadas na fazenda de Nelson Piquet e seriam devolvidas em breve.


Além da chegada da quebra de sigilos bancário e fiscal, a PF vai ouvir o advogado Wassef e questionar quem lhe deu o dinheiro. A PF suspeita que esse dinheiro saiu de alguma conta ou cofre de Bolsonaro onde os recursos da venda das joias ficariam guardados.


Wassef nega envolvimento

Em nota divulgada na manhã de domingo (13), Wassef negou ter envolvimento em irregularidades e na venda de presentes oficiais. E classificou o inquérito como "total armação".


"A primeira vez que tomei conhecimento da existência das joias foi no início deste ano de 2023 pela imprensa. Quando liguei para Jair Bolsonaro, ele me autorizou, como seu advogado, a dar entrevistas e fazer uma nota à imprensa. Antes disso, jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta nem indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda", diz.



"A Polícia Federal efetuou busca em minha residência no Morumbi, em São Paulo, e não encontrou nada de irregular ou ilegal, não tendo apreendido nenhum objeto, joias ou dinheiro. Fui exposto em toda televisão com graves mentiras e calúnias", afirma Wassef.


Fonte: Blog do Valdo Cruz

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