domingo, agosto 13, 2023

Pai de Mauro Cid, general fez movimentações 'atípicas' de quase R$ 4 milhões em um ano, diz Coaf


Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Barbosa Cid, movimentou quase R$ 4 milhões em contas bancárias entre fevereiro de 2022 e maio de 2023.


As transações, que somam R$ 3.914.157, foram consideradas como "atípicas" para "agentes públicos". O documento foi enviado à CPI dos Atos Golpistas no Congresso e obtido pelo g1.


Além do próprio general, que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) nos anos 1970, outras três pessoas da família registraram movimenações atípicas:


o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid;

João Norberto Ribeiro, tio da esposa de Mauro Barbosa Cid, Gabriela Cid;

e uma das filhas de Mauro Barbosa Cid.

Ao todo, o general Cid recebeu R$ 1.949.104 em suas contas e enviou R$ 1.965.053.


De acordo com o Portal da Transparência do Governo federal, ele recebe um salário líquido de R$ 23.896,43.


Entre as transações que chamaram atenção do COAF, estão:


janeiro/2023: Mauro Cesar Lourena Cid enviou R$ 62.683,53 para uma conta própria nos Estados Unidos. Foram quatro transações de US$ 3 mil. Na ocasião, seu filho, Mauro Cid, e a esposa, Gabriela Cid, estavam nos Estados Unidos, acompanhando o ex-presidente Jair Bolsonaro;

março/2023: outras seis transferências do pai de Cid totalizaram R$ 89.731,30. Todas realizadas antes do retorno de Bolsonaro para o Brasil, em 30 de março.


Chamou a atenção do Coaf o fato de essas remessas de dinheiro para os Estados Unidos terem sido realizadas em sequência e limitadas em US$ 3 mil, desobrigando Lourena Cid a declarar o porquê das transferências.


Então, entre janeiro e março, ele enviou R$ 152.414,83. O Coaf apontou que o general da reserva realizou “movimentações atípicas de recursos por agentes públicos”, “transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade”.


Essas transferências unilaterais apontadas pelo Coaf são referentes a uma série de transações que o pai de Mauro Cid fez entre as próprias contas bancárias, antes de enviar valores para o exterior. Para o órgão, esse tipo de ação impede de saber qual “a real origem e destino dos recursos” transferidos.


De uma conta que Mauro Lourena Cid utiliza para resgatar investimentos, ele enviou R$ 80 mil em duas contas diferentes do subtenente Cleomar Antônio de Pina, que em fevereiro assumiu o cargo de adjunto de Comando do Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB).


E para o filho, Mauro Cid, o pai enviou R$ 43 mil, em seis transações entre fev/2022 e mai/2023.


Fonte: Blog da Camila Bomfim

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