quarta-feira, maio 03, 2023

Saúde diz que colabora com operação sobre fraude em cartão de vacina de Bolsonaro e que dados são rastreáveis

O Ministério da Saúde (MS) informou nesta quarta-feira (3) que colabora com a Polícia Federal nas investigações sobre a suspeita de fraude em dados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, da filha dele e de assessores. Seis pessoas foram presas e 16 foram alvo de mandados de busca e apreensão, na operação deflagrada nesta manhã.


Operação da PF faz buscas na casa de Bolsonaro em Brasília — Foto: REUTERS/Adriano Machado


A PF afirma que informações falsas sobre a aplicação de vacinas contra a Covid-19 no ex-presidente foram inseridas no sistema do ministério, e excluídas dias depois, às vésperas da viagem de Bolsonaro aos EUA, em dezembro do ano passado. Ele nega ter tomado a vacina (veja mais abaixo).


O MS afirma que "todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações do SUS são rastreáveis. Não há relato de invasão externa (sem cadastro) ao sistema do Ministério da Saúde que mantém rotina para a sua segurança e regularmente passa por auditoria".


A pasta diz ainda que, desde o início das investigações, "mantém conduta alinhada à CGU e em consonância com a Lei de Acesso à Informação". A apuração teve início após um pedido de informações à Controladoria-Geral da União sobre o cartão de vacinas de Bolsonaro.


Segundo apurou a TV Globo, em 21 de dezembro do ano passado, foram incluídas informações sobre a aplicação de duas doses da vacina da Pfizer contra Covid-19 no ex-presidente. Após o lançamento no ConecteSUS, é possível gerar um comprovante de imunização.


De acordo com o que foi inserido no sistema Rede Nacional de Dados em Saúde, Bolsonaro teria recebido a primeira dose em 13 de agosto de 2022 e a segunda, em 14 de outubro do mesmo ano, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ).


As informações foram inseridas pelo secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, preso na operação desta quarta-feira (3).


Em 27 de dezembro, os dados foram excluídos pela servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues Da Silva, sob alegação de "erro". Ela foi alvo de mandado de busca e apreensão.


Três dias após a exclusão das informações, em 30 de dezembro, Bolsonaro viajou aos Estados Unidos, onde permaneceu até março deste ano. A PF acredita que a fraude teve o objetivo de facilitar o acesso do ex-presidente ao país, que exige certificado de imunização.


Nesta quarta, após a operação, o ex-presidente voltou a negar que tenha sido vacinado contra a Covid-19. "Não existe adulteração da minha parte, eu não tomei a vacina", disse a jornalistas.


Fonte: g1

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