Um levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial mostrou que o mercado vem, cada vez mais, se abrindo para profissionais com mais de 50 anos. Em 15 anos, as contratações mais do que dobraram nesta faixa etária, o que representa um aumento bem maior do que o número que soma todas as faixas de idade.
Apesar dos avanços, o crescimento ainda não vem sendo igual para todos. A maioria dos contratados acima dos 50 anos (57%) é formada por homens, enquanto as mulheres representam 42%. Neste caso, a diferença é maior do que nas demais faixas etárias.
Outro fator relevante que a pesquisa aponta é que há chance maior de contratação para quem estudou mais ou tem cursos de qualificação profissional.
"As pessoas precisam primeiro conhecer e definir, com clareza, qual é o seu potencial, onde elas são boas e quais são as competências que elas adquiriram ao longo da vida e entender qual é a necessidade de novas competências que elas não têm e que precisam adquirir", explica ao Jornal Hoje o diretor de Operações do Senai Nacional, Gustavo Leal.
Aos 59 anos, a operadora de comunicação de emergência Maria Selma da Conceição Sardinha é uma dessas mulheres que tiveram dificuldades em encontrar uma colocação. No entanto, em 2022, ela passou a trabalhar na orientação de equipes de instaladores de gás em uma empresa de São Paulo, o que exigiu uma mudança radical em sua vida.
Agora, ela já pensa em ir além e voltar a fazer faculdade para conseguir ser promovida. "Isso vai me levar a outro patamar. A idade é só um número e o que importa é que a pessoa tem a oferecer em termos de qualidade".
Setores mais aquecidos
Comércio, serviços e indústria foram os setores que mais aumentaram a contratação de quem tem mais de 50 anos. As maiores médias salariais estão no setor industrial.
A Andrea Tenuta é responsável por uma agência especializada na contratação de pessoas com mais de 50 anos e se orgulha de já ter atendido mais de 700 empresas desde 2015 e encaminhado 7 mil pessoas para um novo emprego. A notícia boa, explica ela, é que as contratações estão aumentando, mas, por outro lado, a população com essa faixa etária aumenta em ritmo ainda maior.
"As empresas estão mais abertas no discurso, mas na prática a gente percebe que está menor em termos de ação. Então, se fala muito e se faz menos do que se fala", conta.
Fonte: Jornal Hoje
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